Haverá quem nunca tenha ouvido dizer isto, mas fazer a eito até foi uma frase vulgar no falejar do meu tempo.
Eito é um substantivo, que significa: em sequência, a fio, ininterruptamente, na mesma direcção, ou ainda, executar organizadamente.
Ora o Lusitano, que também sou, tendo como tem muitas e boas qualidades, não raras vezes junta ao que está a fazer aquilo, que gosta de fazer, desvirtuando assim o tal levar a eito, e sem dar importância r à interferência.
Temos o hábito estranho, de aceitar ou querer fazer, mais do que uma coisa ao mesmo tempo.
E se é verdade que às vezes até o conseguimos, para admiração de muitos, é também verdade, que qualquer objectivo se alcança melhor, quando é executado a eito, programando previamente os seus prós e contras, e levando-o do princípio ao fim sem interrupções ou desvios, e terminando-o no prazo, sem afogadilhos de última hora.
O trabalho deve ser feito como o é numa linha de montagem, cada etapa a eito, para garantir a continuidade necessária, e atingir o respectivo objectivo no tempo previsto.
Quem alguma vez assim trabalhou, bem o sabe.
Porém, o Lusíada, que é irrequieto, quando está liberto dessa obrigatoriedade, preza levar por diante mais do que um trabalho ao mesmo tempo.
E não gosta de perder pitada, mesmo sabendo que talvez não possa cumprir com os prazos que propõe.
Espantosamente, e pela razão que acima foi apontada, a sua particular capacidade, até o consegue muitas vezes fazer, juntando tarefas a biscates, pegando nuns e noutros ao mesmo tempo, até mais não poder, ou até, finalmente, descobrir que não é de ferro como julga, e precisa também de descansar.
Deitadas então as contas à vida, quase sempre reconhece, que, bem vistas as coisas, afinal … até nem valeu a pena.
Mas se é certo que somos assim por natureza, é verdade também, que há por vezes razões para Isso, nas quais se incluem a necessidade de o fazer, e justo desejo de sonhar.
E não raro… as duas a eito!
Aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“É a eito que melhor se atinge um fim…”