Na verdade, nunca falta assunto para fazer uma crónica, ou para um humano desabafo, ou ainda para aprender algo que se não sabe, que é muito, ou até para rever o que já se esqueceu, que é outro tanto.
O problema só surge quando um só assunto ocupa todos os espaços disponíveis, abusando da atenção que desperta, quase apagando tudo que à sua volta está, como se não houvesse mais mundo ou mais vida.
E fica-se na curiosa situação, naturalmente destrutiva, dum só assunto dar lugar à falta de outros assuntos.
Estamos num desses momentos.
E assuntos não faltam, podem crer, assuntos que possam desanuviar, tanto quanto preencher, agradavelmente, o espaço e o tempo.
Dou já dois exemplos, sem pensar muito:
Há que tempos não ouço ou vejo falar de poesia, da arte de dizer as coisas pela pauta da música que as palavras suscitam, sabendo bem ouvir e entender, sem esforço, o caminho que tomam, mesmo quando afirmam:” Eu não vou por aí”.
Não ouço sequer falar dos seus autores, que nem procuram ser falados, certos como estão, da sua faculdade de sonhar ou fazer que sonhem, aqueles que por acaso os leem ou ouvem.
Teríamos assunto para todos os dias se o quiséssemos, rasgando horizontes de pensamento e beleza, e fazendo-o apenas com palavras, que mesmo que sejam duras, mão matam.
Outro assunto que dava para os dias todos, seria uma saudável resposta ao resultado do constante dobrar sobre os teclados, agora errada postura física que a humanidade levianamente tomou, era um exercício de ginástica correctiva, para aliviar os inevitáveis efeitos que aí vêm, trazendo cada dia um Mestre reputado no assunto, com o seu exercício, do Oriente ou do Ocidente, e de técnicas milenares ou actuais.
Garanto que não deixariam quem os ouvisse, visse, e seguisse, nem tristonho, nem ensombrado, ou medroso, e muito menos paranóico.
E são apenas duas simples ideias, numa infindável escolha possível.
Afinal havia assunto…desculpem.
Aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“Variar é imperativo e saudável…”