A invasão da Ucrânia é a porta de saída de Vladimir Putin, dentro de “um ou dois anos”, porque Moscovo não pode vencer a guerra.
Quem o disse foi o ex-oligarca russo Mikhail Khodorkovsky, que se tornou opositor do Kremlin e tem feito análises políticas a partir de Londres onde reside.
“O regime [russo] vai cair. Não será rápido, estamos a falar de um ano ou dois”, explicou, realçando ser possível devido ou ao colapso na economia ou a uma revolução interna.
Ao canal de televisão France 24, Mikhail Khodorkovsky assegurou que a decisão do chefe de Estado foi “emocional”, vinda de alguém que revela sintomas de “paranóia senil”.
“É suicídio. Ele não pode vencer a guerra na Ucrânia, mesmo que conquistem Kiev e Kahrkiv. Isso só acelera o seu fim”, garantiu o antigo executivo de uma gigante petrolífera.
Mikhail Khodorkovsky cumpriu pena de 2003 a 2013 por acusações fundamentadas no fato de fazer oposição a Vladimir Putin.
Antes de ter ido parar à prisão, foi presidente executivo dapetrolífera Yukos e várias vezes esteve com o chefe de Estado russo.
Na análise de Khodorkovsky, Vladimir Putin planeava, antes da invasão da Ucrânia, permanecer no poder a vida toda, mas cometeu um erro “histórico”.
“Ele não é um louco completo. Ele tem medo de ser morto. Mas ele não é louco do ponto de vista clínico”, advertiu o magnata.
Mikhail afirmou que duas décadas no poder e cercado por assessores que têm medo de lhe dizer a verdade, o Presidente russo subestimou a extensão da resistência ucraniana.
E ainda ironizou: “Vladimir Putin esperava ser recebido na Ucrânia com flores”.