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alexandra serra
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“Enfrentámos humilhações e injustiças mas superámos as adversidades”

A abrir a série de Mulheres Independentes fomos ao encontro de Marluce Revorêdo Silva.

É impossível não reconhecer o nome Marluce Revorêdo, uma das mulheres iconicas da nossa sociedade. Lindíssima, uma mulher com uma aura de luz e um sorriso marcante, presença constante das nossas revistas sociais. Considerada uma das mulheres mais belas da nossa sociedade. Só que Marluce é muito mais do que uma mulher bonita.

Uma mulher em constante mutação e evolução, co-autora do livro ’12 Pérolas para Uma Vida Feliz’.

Formada pela Sociedade Brasileira de Coaching e pela Febracis, em Life e Business Coaching, pela Academia de talentos de Condor Blanco, no Chile, pelo PSC ( PERSONAL SELF COACHING) do IBC; Instituto Brasileiro de Coaching e várias formações de Hipnoterapia Clinica, Transpessoal e Regressiva pela Transpersonal International.

Hoje Marluce atua nas diversas áreas de desenvolvimento pessoal e profissional. A sua trajetória é marcada por certificações e formação em Master Coach pela Florida Christian University.

Começamos a conversa de uma vida tão cheia, falando sobre a transição de Belém do Pará , Brasil, para Portugal aos 16 anos.

Marluce como foi a experiência de viver num país tão diferente?

Foi uma mudança desafiadora, deixar Belém para viver em Portugal aos 16 anos. Inicialmente, fiquei num lar de freiras, estudava em colégios religiosos e com esta mudança muito grande, enfrentei uma depressão grave. A minha mãe teve que me vir buscar. Mas regressei a Portugal mais tarde, quando ganhei um prémio como Rainha do Carnaval, em Belém, em 1974.

A adaptação foi difícil, mas abriu portas para oportunidades emocionantes.

Marluce jovem

A Marluce mencionou a dificuldade no relacionamento e a separação após o nascimento do seu filho. Como foi esse período e como isso influenciou as suas escolhas futuras?

O fim do casamento foi um momento desafiador. Comecei a trabalhar no Teatro numa peça com muito destaque por ter atores famosos e a participação de vários manequins.

Pouco depois conheci o Carlos Cruz, iniciando um novo capítulo de vida com ele. Construímos uma família com o meu filho, a nossa filha e a adoção da minha sobrinha. Trabalhamos muito para construir estabilidade financeira e formar esta família.

O casamento terminou, mas também marcou o início de uma amizade forte e que mantemos ate hoje com respeito e amizade. Essas experiências moldaram as minhas escolhas futuras e a importância da família.

Marluce com a filha Marta, o filho e Carlos Cruz

Passou, como é público, por momentos difíceis relacionados com o Caso Casa Pia. Que impacto teve na sua vida e como encontrou forças para superar tão grande adversidade?

O Caso Casa Pia foi um período  MUITO difícil, com perda de trabalhos e hostilidades da sociedade. Enfrentamos humilhações e injustiças mas, com força e resiliência, superamos as adversidades.

O apoio da família foi crucial. Optei por focar no crescimento pessoal, frequentando cursos de coaching e desenvolvimento pessoal.

Transformar raiva em compaixão foi um ponto de viragem.

Marluce e a filha Marta Cruz

A mudança da Marluce para o Brasil por 10 anos também foi significativa. Como é que esses anos influenciaram a sua jornada de vida?

Morar no Brasil por uma década trouxe experiências intensas e momentos felizes, incluindo a chegada da minha neta. Fiz um tratamento para superar o sofrimento e, inspirada, iniciei cursos de coaching. A jornada no Brasil foi transformadora, marcada pela reconstrução emocional e crescimento pessoal.

Marluce e Fafá de Belém

Atualmente e após 9 anos em celibato,  encontrou novamente a paixão e o amor. Pode partilhar um pouco sobre essa descoberta?

Após um período de autoconhecimento em celibato, redescobri a paixão e o amor.  Precisei deste tempo só para mim. Desintoxiquei de situações, mágoas, enganos. Comecei a gostar de mim de verdade e acredito que a vida deve ser vivida em abundância.

Encontrar a felicidade e o amor novamente é uma bênção. Lembrei-me das palavras de Jesus sobre ter uma vida em abundância.

Como é que encara o conceito de que a vida não tem pontos finais, apenas vírgulas e continuações?

Vejo a vida como uma jornada contínua, cheia de vírgulas que nos proporcionam oportunidades de crescimento. Não há pontos finais, apenas novos capítulos a serem escritos.

Cada experiência contribui para quem nos tornamos e a felicidade está em abraçar essa jornada em constante evolução.

Grata Marluce por esta partilha da sua incrível jornada de vida, sempre em constante mutação.

Se tivesse de resumir a sua filosofia de vida numa frase, qual seria?

“A vida é uma jornada de vírgulas, não de pontos finais, e encontrar a compaixão no lugar da raiva nos conduz a uma vida de abundância e crescimento contínuo.”

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Espero que gostem tanto de ler esta conversa como eu gostei. E deixo aqui a sugestão sigam as redes sociais de Marluce Revorêdo e o seu site www.motivar.pt.

Aqui fica o exemplo de quem encontrou a paz e usa essa paz para auxiliar os outros.

Por Alexandra Serra

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