Anastasia Rozdobudko é uma pessoa normal adepta da causa animal. Sempre deu uma ajuda em abrigos mas, agora, em tempo de guerra, vê-se a mãos, sozinha, com dezenas de cães e gatos que aparecem por todo o lado vindos sabe-se lá de onde.
A Segue News conversou com esta rapariga da cidade ucraniana de Odessa que já não sabe de que forma poderá manter os animais alimentados porque “acabaram-se as reservas” da sua parca economia.
“Em Kherson está bem pior, bem pior. Em Odessa está mais calmo mas já se vê dezenas de animais em redor da cidade. Há muitas pessoas normais que gostam de animais que lá os vão alimentando. Não faço ideia como será se formos bombardeados”, disse-nos Anastasia Rozdobudko sem muito tempo a perder.
“Tenho de ir alimentar 28 cães, é por eles que todos dias peço que me ajudem, me apoiem através de transferência de alguma quantia. Qualquer 1 euro já dá para mais uma cão. Já não consigo sozinha”.
Na verdade, histórias como a de Anastasia repetem-se por toda a Ucrânia nos locais que mais estão a ser massacrados pelos bombardeamentos russos.
“Ainda não é o caso aqui em Odessa, ainda está tudo muito quieto… às vezes eles bombardeiam em algum lugar, mas não tão desesperante e assustador como nas cidades de Kharkiv e Kherson. Deve estar a ser terível para quem protege e alimenta animais de rua nessas zonas, ainda nem quero imaginar”, diz-nos tentando não pensar muito nessa hipótese.
Anastasia contou-nos que apesar de muita gente ter fugido da guerra, principalmente mães e crianças, “há muita gente que ficou para ajudar os animais e as pessoas. Temos esse respeito pelo próximo. Não gostamos de deixar ninguém a sofrer para trás”, revelou-nos.
Porém, o problema da densidade animal nas cidades ucranianas não é um problema de hoje em dia. De acordo com Anastasia “não há politicas de bem estar animal aqui, tem de ser por iniciativa própria e há muitos animais errantes que são alimentados pelas pessoas. Há Muitos animais em todos os lugares. As cidades estão cheias de animais, agora ainda mais cheias ficaram”, afirmou.
“Só que se já havia um problema por não haver politicas de sensibilização para a castração e esterilização dos animais errantes, imagine agora com a guerra e os bombardeamentos”, conta-nos, adiantando: “Precisamos de muito apoio, se calhar até internacional, para a alimentação que vai ser muito necessária, a ajuda para se castrarem os animais que hoje são 28 e amanhã já são quarenta”.
Anastasia diz que só há um ano é que está mais envolvida como voluntária animal mas que já pediu ajuda a nível de ONG’s. “Em relação à ajuda precisamos esperar 2 a 3 semanas porque eles primeiro ajudam os abrigos que esta guerra sobrelotou”, garante. Os abrigos estão cheios. Não há como resolver esta situação neste caos da guerra”.
Entretanto, a voluntária que age sozinha em Odessa diz já ter falado com organizações que ajudam. Não sabe se outras pessoas como ela também fizeram pedidos.
“Não consigo esperar 3 semanas por comida, tenho 28 cães diários, fora os outros incertos que vão aparecendo. Sozinha não estou a aguentar. É demais”, confessa.
Os protetores como ela sentem um enorme cansaço e, tal como nos diz num lamento, “sinto-me mal só queria um céu tranquilo e que esta maldita guerra terminasse”.
Quanto ao dia a dia, confessa que “o único pensamento é como vou alimentar os cães no dia de amanhã. É quase como viver um dia de cada vez.” – concluiu.
OBS.
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EXCLUSIVO SEGUE NEWS /17.04.2022