“A consagração pela UNESCO, há três anos, do dia 5 de maio como Dia Mundial da Língua Portuguesa tem uma importância extraordinária para enfatizar a dimensão universal da nossa língua”, disse António Costa na sessão comemorativa, em Lisboa.
Costa disse que “a língua portuguesa é hoje a língua de muitas pátrias, do conjunto dos países que a adotaram como língua oficial – e isso é um fator de unidade entre todos eles – e um ponto de ligação”.
O chefe do executivo português afirmou que, “entre os diferentes elementos identitários, o único que são exclui nem separa, mas que pode ser partilhado e aproximar, é a língua”, sendo a portuguesa “um fator de aproximação entre os países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa que não têm como única língua a língua portuguesa”.
Temos de investir no ensino da nossa língua
A língua, “antes de ser dos países e dos povos, é das pessoas e, por isso, é muito importante o investimento no seu ensino. Todas as vencedoras do prémio de conto de língua portuguesa [entregue durante a sessão] estudam no estrangeiro, e isto mostra a importância do ensino da língua nos países estrangeiros onde há comunidades ou onde há um interesse crescente pela nossa língua”.
Costa diz que o interesse pelo português “vai ser cada vez maior, não por ser a língua mais falada do hemisfério sul, nem por ser a quarta língua materna mais falada a nível mundial, mas por ser uma língua de comunicação do futuro”, como se vê por ser a quinta língua mais usada na internet e porque “vai ter um crescimento demográfico muito significativo”.
“Hoje somos 260 milhões com o português como língua materna e no final do século serão 500 milhões. Isto significa que cada vez será mais relevante em todos os domínios: na ciência, na atividade económica e sempre, sempre, sempre na cultura”, afirmou.
“Este ano pudemos celebrar o momento em que o tempo de liberdade ultrapassou a duração do de ditadura e é por isso que estes países falam todos em liberdade. Há 49 anos Portugal e o Brasil viviam em ditadura e todos os outros povos estavam privados de liberdade pelo colonialismo. Agora todos podemos expressar-nos com uma língua livre e esta liberdade ajudará a enriquecer cada vez mais a nossa língua”, concluiu.
Na sessão João Gomes Cravinho, Ministro dos Negócios Estrangeiros, também fez uma intervenção.