A propósito da sua participação na 4ªBienal Internacional de Arte de Gaia 2021, inaugurada a 17 de abril mas patente ao público até 10 de julho. São 13 exposições e 500 artistas de 17 nacionalidades, em três pavilhões, num total de seis mil metros quadrados, na antiga fiação de Crestuma, em Lever, Vila Nova de Gaia. No dia de abertura ao público (19 de abril), a Bienal recebeu 190 visitantes, número que tem vindo a crescer.
DOSO, o artista imperfeito começou logo por nos dizer que se encontra entre os nomeados para o ‘Premi Internacional d’Art de Barcelona 2021′”, depois, sempre bem disposto, contou-nos o seu percurso nas artes plásticas.
“Quando entrei na escola tive uma professora que me obrigou a escrever com a mão direita, sendo eu esquerdino. Julgo que não fiquei com nenhum problema, por causa desse horrível gesto, mas a verdade é que a minha caligrafia sempre foi má e, nas aulas de educação visual, era dos piores. Hoje, escrever, é das poucas coisas que faço com a mão direita. Por exemplo, como como um esquerdino”, disse, adiantando: “Ora este facto não impediu que olhasse para as artes plásticas com a mesma admiração enorme com que sempre olhei para a música, para a literatura. Na verdade admirava ainda mais as coisas que eu via serem feitos por pelo artista plásticos. Todavia, ao contrário da música e da literatura, nem por brincadeira a praticava”, confessou Doso.
Porém, a vida dá muitas voltas e, “até relativamente há pouco tempo, decidi concentrar-me e educar a minha observação, disciplinar o meu traço e fui praticando e ganhando prazer. Foi um processo que, tal como os processos de superação, custou muito mas gratificou mais”, esclareceu o artista plástico.
A partir desse momento, de acordo com o pintor, “decidi não recorrer a aulas nem tutoriais e, portanto, considero-me um verdadeiro autodidata”, disse. Nada que o demovesse a continuar: “Lentamente fui progredindo tecnicamente, com vista a atingir o meu único objetivo de há anos: libertar para o papel e para a tela as imagens que tenho na minha cabeça”.

De acordo com Doso, “o processo, digamos foi o de inicialmente observar e procurar representar o exterior, que vejo – mais realista, mais figurativo e representativo – para que agora consiga, mais facilmente, representar as imagens que formo na minha mente, a respeito da realidade que me rodeia e das narrativas que este me sugerem”, explicou-nos para garantir: “Sou a prova de que um tipo com má letra e a desenhar mal, pode sentir um profundo prazer na liberdade de criar, desenhando e pintando”, rematou.
O trabalho de Doso pode ser acompanhado no grupo de Facebook em www.facebook.com/groups/artistaimperfeito/