Sempre que estava de folga, do exército, estivesse onde estivesse, ou seja tanto na cidade como numa zona de mato, ( ou de guerra) quando era fim de semana, tinha direito à minha folga , como todos os outros militares, excepto os que estavam de serviço e tinha o hábito , pois a minha arma era a máquina fotográfica, de deambular pelos aldeamentos à “caça” de imagens, para mais tarde recordar .
E foi assim que cheguei a esta personagem.
Mulher africana do planalto Maconde, agricultora (machambeira), muito sabida que quando me viu com a máquina fotográfica , percebeu logo que eu queria fotografá-la e não foi de modas, por gestos , pois eu não percebia o seu dialecto , disse que se eu a quisesse fotografar tinha de lhe dar 2 cigarros. E assim fiz . Tirei do maço de tabaco dois cigarros que lhos passei para a mão e tirei a fotografia que vocês aqui vêem. Mas só tive direito a uma. Ela não quiz que eu fizesse mais.
50 anos passaram e é com orgulho que, vos mostro estas imagens que tiveram todo este tempo guardadas.
MUEDA / MOÇAMBIQUE / 1972