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DO HOLOCENO AO ANTROPOCENO

O Holoceno denomina a derradeira época da escala temporal geológica demarcada há cerca de 12.000 anosapós a mais recente Idade Glaciar. Holosem termos helénicos da Antiguidade induz a um ‘Todo’ e Kainos a “Novo’.

O Holocenoum Todo Novo’, em termos geológicos seria em princípio e por enquanto última fase da Sub-Era do Quaternário.

Eis senão quandomuito recentemente, surgiu a polémica de ter chegado a altura de se atribuir outra nomenclatura a um ‘Todo (ainda mais) Novo’ mercê o impacto da Humanidade na Biosfera.

Não há, todavia, consenso no meio científico acerca do novo termo proposto: AntropocenoOs que discordam da inclusão do novo termo na nomenclatura defendem que por muito que a Humanidade tenha condicionado a Biosfera, tal facto não demarca e define necessária e suficientemente nova Época Geológica.

Quando se assemelha ao do Homemsomos levados a percepcionar,  comportamento antropomórfico no Reino AnimalO Antropoceno diria assim respeito à altura a partir da qual a actividade humana trouxesse impacto significativo a ecosistemas.

A servir de exemplo, a poluição de lagos, rios e mares, um dos muitos tipos de poluiçãoo da água, é algo de que existem tangíveis provas há milénios. 

Muitos são os esgotos e múltiplos poluentes com impacto directo na Biosfera, contribuindo, exemplificando ainda, para a estagnação de águas e proliferação do mosquito anopheles; cuja fêmea com a sua picada, é hoje consabido, passa à circulação sanguínea do hóspede humano o plasmódio causador de temperaturas febris: as chamadas sezões ou maleitas. 

O médico Francesco Torti, oriundo do Ducado de Modena, formulava em 1718 um termo (seguindo a noção já mantida pelos romanos) que atribuía  causa do paludismo ou malária (pestilência que anualmente vitima milhares de pessoas em zonas palustres africanas e de outras paragensao fedor exalado de pântanos e águas estagnadastratava-se de um mal derivado do ar respirado proximamente a essas zonas – um mal d’aria’, obviamente.

Assim surgiu o termo malária.

Em 1880, o Dr. Alphone Laveran, do Serviço de Saúde do Exército francês, em pesquisas efectuadas num hospital da Argélia identificou plasmódio da malária.

A insistência de Louis Pasteur de que em micróbios residia a principal causa de doenças infecciosas tinha convidado a mais investigação. Assim foi que o vector de transmissão do paludismo ficou finalmente conhecido a 20 de Agosto de 1897, quando o médico britânico Ronald Ross ao dissecar o estômago de um mosquito anopheles fêmea nele identificou o mesmo parasita causador da doença. 

A 7 de Fevereiro de 1956, o oceanógrafo francês Jacques Cousteau fez iluminar os ecrãs das salas de cinema com um documentário sobre os efeitos da poluição na Naturezaentre outros; documentário que realizara em viagens a vários pontos do globo no seu navio Calypso.

Algumas dessas imagens disseram respeito ao Mediterrâneo, já então despido em certas zonas de qualquer vegetação sub-aquáticaHavia despejos de todo o género entulhar seu leito após milénios de actividade humana nas orlas costeiras circundantes; intitulava-se esse documentário: ‘O mundo do silêncio.

Tratava-se de. um aviso; eram imagens que serviam de prova real do grau de poluição das águas, neste caso dMar Mediterrânico; parcela ínfimapenas do frágil pale bue spot’ (pálido ponto azul) vogando no espaço sideral, como o astrofísico Carl Sagan a denominou ao ver uma fotografia da longínqua Terra transmitida a 14 de Fevereiro de 1990 pela sonda espacial Voyager II a 6 biliões (6.000.000.000.000) de quilómetros de distância.

Créditos Imagem:

*Fotos: Jacques Yves Cousteau, Sir Ronald Ross, Dr. Alphonse Laveran / Carl Sagan, pale blue spot, Calypso /, Fêmea do Mosquito Anopheles, Voyager II

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