Em todas as épocas tivemos defeitos; e em todas dissemos, à guisa de desculpa, que eram parte da condição humana.
São os defeitos uns piores que os outros, mas nem todos são nefastos. Há até defeitos que agradam a muita gente, e por tal se transformam em virtudes, defeitos que pela graça destacam quem os têm, acabando por constituir uma nota de charme, ou um rentável motivo de atenção.
Os cromos, na expressão popular, são disso exemplo, encenando na perfeição o pateta, o intrometido, ou o lorpa, que na verdade não são, passando de chatos a populares, e até de indesejáveis a desejados.
Mas outros defeitos há, no entanto, que tornam quem os tem pouco benquistos.
Um deles é a arrogância, quantas vezes alavancada no nada, mas convictamente utilizada por quem a usa.
O mesmo acontece à teimosia, que ataca toda a gente, e de tal modo, que ninguém poderá dizer que não tenha já teimado muitas vezes, sem razão de ser, e até inutilmente, porque para cada teimoso há sempre um outro que lhe faz frente.
A vaidade é também um dos defeitos irritantes, mas muitíssimo vulgar; a vaidade, pode ser expressa ou escondida, mas é sempre percetível, fazendo-se notar tanto… quanto o próprio vaidoso;
e se não há mal em termos vaidade quando nos superamos, mantê-la sem razão, já indicia convencimento, indesejável e redutor.
Diz-me a vida, que o defeito e a virtude se situam em extremos opostos, mas habitam no mesmo sítio…
Recuando ao início da crónica, ainda digo que quando nos dá para falar de defeitos, é obrigatório e muito saudável reconhecer, que os defeitos que às vezes apontamos aos outros, nós também os temos…
E este é o meu pensamento da semana:
Há pessoas vivem em cima dum escadote, olhando com desdém para quem à sua volta circula; a altivez é irmã da arrogância e prima da estupidez.