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MUDA
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DE ROMA A LISBOA, ESPECIARIA DE ELEIÇÃO

A costa oriental egípcia bordejando o Mar Vermelho há muito que servia de ponto de encontro com
mercadores provenientes do mundo asiático.

Com a fundação de Alexandria 332 A.C por Alexandre ‘O Grande’, o Egipto passava a contar a oeste do estuário do Rio Nilo com crescente e efervescente metrópole reunindo mercadores de várias origens, entre outros; na sua Biblioteca ficava depositado o maior acervo literário, histórico e científico da Antiguidade. 362 anos depois o Egipto passava a província romana por Gaius Julius Cesar Octavianus, mais tarde intitulado Princeps Augustus.

Em terras de Roma disseminou-se durante muito tempo o uso de especiarias como o da pimenta negra,
o piper nigrum (o ouro negro, assim também denominado, tal o seu valor).

Em meados do século IV E.C., Alexandria foi assolada por intenso terramoto e consequente maremoto que causaram enorme devastação.

Na Idade Média, Viena, a capital da futura Áustria, passava a evidenciar-se como epicentro de feiras
europeias. Dali para o resto da Europa fazia-se a distribuição de produtos exóticos vindos das ‘Arábias’,
como o café e especiarias, e mantinha-se ligação comercial com Veneza e Trieste no Mar Adriático.

Lisboa, na ponta ocidental europeia, desde sempre que se vira afastada desses mercados de especiarias, sujeita que ficava a toda uma multiplicidade de intermediários de produtos vindos do Oriente; quando a Portugal chegavam, por rota terrestre ou marítima, a sua aquisição só ficaria ao alcance da Realeza, da Fidalguia ou de mercadores mais abastados.

À guisa de linearidade tanto circunstancial como consequente relevamos fortuito acontecimento que em
muito viria a contribuir para a Senda da Aventura Marítima Portuguesa do século XV.

Com o casamento de D. João I na Sé do Porto em Fevereiro de 1387, a Corte Portuguesa passava a contar com a influência da Rainha D. a Filipa de Lencastre, neta do Rei Inglês Eduardo III, princesa de primorosa formação que insistia na educação dos filhos – na altura incidindo sobre conhecimentos do mundo da política, militar e literário (como atesta o Livro da Ensinança de Bem Cavalgar Toda Sela saído da pêna de D. Duarte, o filho primogénito, dos mais antigos e conceituados manuais sobre a arte de cavalgar medieval, incompleto com a sua morte em 1438).

 

O seu terceiro filho, o Infante D. Henrique, nasceu no Porto a 4 de Março de 1394, ficando a ser conhecido por Henrique, o Navegador. Reza a História, ou a lenda, que o Infante reuniria na Escola de
Sagres dos melhores especialistas daqueles tempos em Ciências de Navegação – supremo e determinado visionário apostando num futuro tanto incerto como, para muitos daquela mesma época, inacreditável.

África, imaginava-se então, era um vasto continente que se estendia às mais frígidas latitudes do hemisfério sul. Quaisquer tentativas portuguesas de comércio com o Oriente obrigariam à travessia do
Mar Mediterrâneo, de solo europeu ou do Norte de África; zonas de controlo absoluto por parte doutrém.

As anteriores viagens da Marinha e o chamariz da imensidão atlântica sobranceira à costa portuguesa
ter-lhe-iam servido de inspiração. Dom Henrique, produto do seu tempo, investiu na preparação de
armadas e tripulações para os que passaram a ser denominados de Descobrimentos.

A História da Europa e do Mundo virava nova página!

Com terras sob o seu domínio reunindo a maior riqueza do Reino, o Infante penhorava todos seus
haveres nesse futurístico projecto, vindo a falecer em Sagres a 13 de Novembro de 1460.

Cerca de trinta e oito anos volvidos, Vasco da Gama fundeava a sua pequena armada na costa Malabar,
na orla ocidental a sul do subcontinente indiano; na região onde se dava a cultura do referido ‘ouro
negro’, o Piper Nigrum. Estava descoberto o Caminho Marítimo para a Índia. Lisboa passava a principal
centro europeu do comércio de especiarias vindas dessas almejadas e longínquas paragens.

Créditos Imagem:

Timothy L Brock; Ratul Ghosh; Unsplash free photos

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