O primeiro helicóptero com dois rotores horizontais rodando num veio vertical, em sentido contrário um do outro, foi inventado pelo engenheiro francês Paul Cornu. Tratou-se, em 1907, do primeiro engenho sem asas a levantar vôo.
Igor Sikorsky, nascido em Kiev em 1889, então fazendo parte do Império Russo, cursou em instituições do Ensino Superior em São Petersburgo e em Kiev. Em Paris conheceu pioneiros daquilo que poderíamos denominar de proto-aviação e tendo emigrado para os Estados Unidos ali montou uma unidade fabril; inspirado na máquina voadora de desenhos de Leonardo da Vinci concebeu e chegou à invenção e produção do VS-300, precursor do helicóptero, tal como o conhecemos, que levantou vôo em 1939.
Numa versão melhorada, em 1941, Sikorsky estabeleceu o recorde internacional de duração de vôo de um helicóptero em 1 hora e 32,4 segundos.
A concepção de um dispositivo voador intrigara a Humanidade desde os remotos tempos em que na Mitologia helénica rezava a lenda de Ícaro e as asas que o artesão Dédalo, seu pai, construíra com penas, fibras de cobertores e de roupas, ‘coladas’ com cera de abelhas, para ambos escaparem voando de alta torre onde tinham sido encarcerados.
Leonardo da Vinci já idealizara um engenho voador semelhante ao helicótero na ecléctica Era da Renascença. Donde teria então provindo o conceito desse engenho?
A ideia terá surgido ao ser observado um pequeno insecto que se multiplica de há 300 milhões de anos a esta parte (100 milhões de anos antes da supremacia terrena dos dinossauros), esvoaçando a sua graça ligeira, com várias cores do arco-íris refractadas no seu alongado corpo, em todos os continentes, exceptuando a Antártica: a Libélula!
A libélula, ou libelinha como no vulgo é denominada, terá assim servido de inspiração ao Homem (mais uma vez a partir do Reino da Natureza) nos desenhos de Leonardo da Vinci, de Paul Cornu e de Igor Sikorsky, que na modernização de variados modelos integra Forças Armadas, missões de policiamento, investigação, buscas e socorro.
Um insecto que é tipicamente encontrado ao longo de rios, lagos, pântanos, ou quaisquer outras zonas aquíferas, podendo também ser encontrado em paragens onde haja abundância de ‘alimentação esvoaçante’, longínquas de tais zonas. As libélulas são inequívocas benfeitoras para a Humanidade, por serem exímias caçadoras de mosquitos e moscas, assim como ‘en passant’ de outros insectos, como formigas voadoras.
Há 7.000 espécies de libélulas, da ordem Odonata, divididas em dois (2) únicos grupos, ou sub-ordens: os anisópteros e os zigópteros. À vista armada não se notará bem o que os diferencia. Aparte a estrutura da cabeça e dos olhos facetados serem diferentes, os anisópteros ao pousarem mantêm as suas duas asas duplas abertas em posição horizontal; os zigópteros mantêm-nas na vertical – uma outra forma de se os identificar.
Algumas espécies são protegidas. Entre outros exemplos, em Portugal esvoaçam libelinhas Oxigastra Curtisii e Coenagrion Mercuriale no Rio Guadiana (protegidas pela Directiva Habitats), onde unicamente no país se encontram estas espécies de libélulas.
Há quem atribua um certo significado místico ao pouso de uma libelinha sobre alguém, ou ao aparecimento repetitivo de uma ou mais libelinhas; significando transformação para melhorar ou através dela madura e pacientemente beneficiar a sua própria vida.