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De AR-RUZZA a ARROZ

O ar-ruzza árabe passou a denominar-se arroz na Península Ibérica; na Grécia surgia o termo óruza, oryza em Latim; na França surgia o termo ris (donde derivou ‘rice’ em Inglês), reis, em Alemão, rijst nos Países Baixos, a raíz do termo sendo assim a mesma.

Presentemente, para cima de metade da alimentação africana fica baseada no trigo, arroz e milho. Em 2021, a produção mundial de cereais ultrapassava 3 mil milhões de toneladas. Depois daquela do milho e do trigo seguia na mesma lista a produção de arroz: cerca de 800 milhões de toneladas.

A China produziu acima de 210 milhões de toneladas, a Índia 195 milhões de toneladas; os primeiros nove maiores produtores de arroz eram países asiáticos e em décimo lugar figurava o Brasil com cerca de 11,7 milhões de toneladas. Em África o maior produtor era a Nigéria (14. a posição); a Guiné-Bissau figurava na 65. a posição; Moçambique na 67. a (189.000 toneladas); Angola com cerca de 20.000 toneladas (98. a ), e a África do Sul na 102 a posição com 3.000 toneladas. Portugal (69. o ) produziu cerca de 76.000 toneladas.

A comitiva de Alexandre-o-Grande na sua conquista (334-323 A.C.) de terras hoje da Turquia, Síria, Líbano, Egipto, Iraque, Irão, Afeganistão e parte da Índia (Punjab), integrava exponentes das ciências de então.

Aquilo que eram usos e costumes, a fauna e a flora de tais terras distantes da Macedónia, foram conhecimentos integrados na península helénica e mais tarde em Roma, voltando a ser relevados na península ibérica na Idade Média por invasores da África do Norte.

Ao prová-la na Índia a banana para Alexandre passou a fruta preferida; no Médio Oriente ficou designada de banan, palavra árabe significando dedo. Em África surgiu com comerciantes árabes, donde Portugueses a levaram para a América do Sul.

Também a derivar dessas invasões alexandrinas surgiu a narrativa de um caniço do qual se obtinha um suco adocicado utilizado como remédio pela Medicina helénica e mais tarde em Roma: a cana de açúcar. Assim também ofereceu Alexandre-o-Magno preponderância ao algodão e ao arroz.

As tropas de Aexandre ao atravessarem milhares de quilómetros tiveram de contar com aprovisionamentos locais; na sua derradeira paragem, no Punjab, o arroz passou a esteio da sua alimentação.

Assim chegou o arroz à orla oriental do Norte de África e ao litoral mediterrânico. Em terras da antiga Etiópia fazia-se pão a partir da farinha de arroz, mas muitos séculos volveriam primeiro que este cereal passasse a fazer parte de cultivo generalizado na Europa.

Por Alexandria, onde se encontrava o ‘Portal da Pimenta Negra’ (do qual já falámos neste espaço), passava o arroz à Europa onde era considerado especiaria, sendo utilizado na Medicina para desarranjos gástricos e digestivos, assim como na Cosmética.

Há para cima de 120.000 variedades de arroz, do arroz branco, ao arroz negro e ao vermelho. Segundo se depreende, o arroz foi cultivado pela primeira vez na China há cerca de 10.000 anos; fizeram-se sandálias, cordames, chapéus e coberturas de telhados a partir da planta do arroz in illo tempore.

Com a invasão mourisca da península ibérica ali ficaram conhecidos muitos vegetais cerca de um milénio após terem passado da Ásia ao Norte de África e à orla meridional da Europa, a sua nomenclatura derivando do idioma árabe. Foi o caso da azeitona (zaitun), do azeite (zayt), do algodão (cotton em Inglês, qutn, qutun na língua árabe) e do açúcar (sukkar), entre vários outros.

A expressão popular de tempos idos admoestando “Já te dou o Arroz!”, em desuso no léxico popular Português dos nossos dias, servia de certa forma para traduzir a relevância do uso deste cereal.

Créditos Imagem:

Alejandro Rugama; Tam Mai; Sergio Camalich; Andhika Y. Wiguna; Roberta Sorge; John Cameron; Amber Martin; Mykola/Kolya Korzh;

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