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Pode afetar três milhões este ano, segundo a ONU

Moçambique vive crise alimentar preocupante

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

Moçambique enfrenta uma crise alimentar “profundamente preocupante”, com uma estimativa de que o número de pessoas em fases de crise ou emergência alimentar chegue a três milhões durante este ano, refere um relatório hoje publicado.

O documento apresentado na Organização das Nações Unidas (ONU) e produzido pela Rede Global Contra as Crises Alimentares (GNAFC, na sigla em inglês), indica que entre outubro e dezembro de 2020, já se contavam cerca de 2,4 milhões de pessoas em crise alimentar e 310 mil pessoas em emergência alimentar em Moçambique.
A emergência alimentar – ou fase 4 na classificação universal da insegurança alimentar aguda – é a segunda mais elevada da escala, sendo que a fase 5 representa situações de catástrofe.

As estimativas da GNAFC é que o número de pessoas em necessidade de assistência alimentar urgente em Moçambique aumente com mais 250 mil.
O estudo aponta que durante 2020 a insegurança alimentar aguda foi pior nos distritos do leste da província de Cabo Delgado, províncias de Gaza e Inhambane, sul da província de Tete e um distrito na região de Maputo, todos classificados em situação de crise, ou fase 3 da escala universal de classificação da insegurança alimentar.
“A escalada do conflito em Cabo Delgado desde o início de 2020, assim como o conflito em Manica e Sofala, levaram a deslocamentos massivos, com os deslocados internos perdendo o acesso a alimentos típicos, fontes de rendimento e terras agrícolas”, lê-se no relatório.

As Nações Unidas estimam que a situação piore em Cabo Delgado durante 2021: “A situação vai continuar a deteriorar-se, estimando-se que 769 mil pessoas estejam em crise alimentar ou pior, principalmente devido ao conflito”.
“O impacto devastador de ciclones frequentes, juntamente com os efeitos da recente seca, conflito, acesso abaixo do ideal a cuidados de saúde e más condições de vida têm produzido vários desafios de nutrição e saúde”, descreveu a GNAFC.

As estimativas apontam que “a depreciação da moeda venha a exercer maior pressão sobre os preços dos produtos” durante a prevista diminuição da produção local e aumento de importações.
A região do mundo mais afetada pela escassez de alimentos é a África, onde vivem 97,9 milhões de pessoas nesta situação.

Créditos Imagem:

Facebook da Unicef

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