Os veterinários e cuidadores do Attica Zoological Park, na Grécia, estão a fazer tudo o que lhes é possível para salvar uma cria de tigre branco que foi abandonada num caixote do lixo perto deste parque, a 28 de fevereiro.
O animal, de três meses, foi encontrado por um funcionário de limpeza, que avisou o proprietário do jardim zoológico que suspeita ser uma cria vítima de tráfico ilegal de animais selvagens.
Os responsáveis pelo Attica Park voltaram a dar notícias do pequeno tigre e agradecem a todos o interesse que o animal tem suscitados.
“O jovem animal, como não se pode alimentar, é alimentado com a ajuda dos nossos tutores e já ganhou 1 quilo. Ele está alojado numa área de cuidados especiais proibida ao público. No entanto, devido à condição crítica de saúde, na quarta-feira 15/3, ele fez mais exames de diagnóstico, ressonância magnética e tomografia, num centro especializado”, explicam os responsáveis pelo parque.
“Os resultados confirmaram as estimativas iniciais da gravidade da sua condição de saúde, já que foram encontradas tanto deformidades genéticas como implicações da sua má alimentação. O jovem animal enfrenta problemas significativos na coluna, pélvis, costelas, além de muitos ossos que limitam muito e tornam sua mobilidade dolorosa.
Ao mesmo tempo, devido ao esqueleto deformado, alguns órgãos são comprimidos, obstruindo assim até a ingestão de alimentos ou sua respiração”, esclarecem apreensivos.
Os resultados médicos detalhados foram enviados às autoridades nacionais competentes, “ao comité científico especial da EAZA, do qual somos membros, bem como a veterinários especializados no estrangeiro, que nos foram recomendados por organizações como Born Free e Wild Cat Sanctuary em H. E. P. S. A.”.
De acordo com os mesmos, “em simulâneo, em cooperação e a nosso pedido ao Ministério do Meio Ambiente, recomenda-se uma comissão com a participação de veterinários especializados, tanto do nosso Parque como de outros interessados, bem como professores universitários, a fim de uma tomada de decisões mais segura para a subsequente gestão e apoio da saúde da cria.”
O parque também não tem olhado a esforços no sentido de arranjar o local perfeito para a cria. “Estamos em contacto com um centro de resgate especializado na Europa, que acolhe tigres e pretende ficar a tratá-lo, se o seu estado de saúde o permitir.”
Anteriormente o Attica Zoological Park já tinha dado conhecimento da situação da cria “de tigre branco, encontrado no lixo fora do nosso Parque, em muito mau estado.”
“O tigre está ao cuidado das autoridades competentes da Região e da Floresta Penteli em área não visitada. Os nossos veterinários, com a ajuda de parceiros externos especializados, continuam a fazer-lhe uma série de exames para determinar o seu estado de saúde com mais precisão”, escreveram na sua página de Facebook.
Segundo os responsáveis pelo parque, “é um animal de cerca de 3 meses de idade, em condições físicas muito precárias, e a sua saúde é crítica. Ou seja, trata-se de um felino, que não recebeu cuidados e nutrição adequados, resultando em apresentar problemas de saúde sérios, possivelmente irreversíveis, músculo-esqueléticos ou outros.”
O próprio proprietário parece acreditar que “infelizmente, parece ser mais uma vítima do comércio ilegal de animais selvagens.”
Nos últimos anos, tanto o tráfico de animais selvagens como a procura dos seus produtos estão em níveis sem precedentes. Esta atividade está no 4o lugar de ofensas com maior mobilidade e rotatividade no mundo, por trás do tráfico de drogas e falsificação.
A União Europeia é o destino principal para produtos animais selvagens e também a encruzilhada de circulação para outras áreas.
O parque pede que “qualquer pessoa que tenha alguma informação sobre a origem do animal em questão deve entrar em contacto com a Polícia de Spata e a Floresta Penteli.”
“Foi a primeira vez que tivemos um animal desta espécie abandonado à porta do nosso jardim zoológico”, disse o fundador, Jean-Jacques Lesueur, em declarações à agência Reuters.
O responsável ressalvou que, normalmente, os animais deixados à porta da instituição são “cães, gatos, tartarugas”, mas “nunca” um tigre.
As câmaras de segurança do local mostram um automóvel, que as autoridades estão a procurar, estacionado ao pé dos caixotes do lixo, na noite anterior à descoberta da cria, que se encontra em estado crítico.
“Quando vi a cria, nem queria acreditar no que estava a ver à minha frente. Sinceramente, não conseguia acreditar que o animal estava tão debilitado”, lamentou o veterinário Noi Psaroudaki.
De acordo com o especialista, a cria foi, provavelmente, desprovida de uma alimentação adequada, pelo que tem deficiências severas de vitaminas e de minerais, que tornam os seus ossos extremamente frágeis. Além disso, um raio-x mostrou que o animal tem um pino de metal numa das patas traseiras.
Segundo Lesueur, a cria terá de ser transferida para um santuário, caso sobreviva, uma vez que o jardim zoológico não abriga animais daquela espécie.
