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50 migrantes realojados no Zmar

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

O realojamento dos 50 migrantes foi realizada durante a madrugada sob vigilância policial, para as instalações do Zmar e para Pousada da Juventude de Almograve.

Tal como tinha sido previsto, o Zmar recebeu cerca de 30 migrantes durante a madrugada desta quinta-feira. O realojamento surge devido ao facto de estes trabalhadores agrícolas, grande parte deles oriundos do Nepal, Índia e Tailândia, terem sido referenciados como pessoas em risco, devido ao facto de viverem sem condições em Odemira.

Em declarações à agência Lusa, o responsável da Proteção Civil no Alentejo, José Ribeiro, referiu que no no Zmar foram realojadas cerca de 30 pessoas e na Pousada da Juventude em Almograve 21.
Todas as pessoas deste grupo, realojado durante a madrugada, testaram negativas para o novo coronavírus, que provoca a covid-19.

A acção policial

Num comunicado a GNR explicou que a sua presença no local “surgiu na sequência de um pedido de apoio dos Serviços da Proteção Civil Municipal de Odemira, para garantir as condições de segurança de cidadãos a deslocar para as instalações do ZMar Eco Experience”.
Assim, “por ter sido decretada a requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional daquele empreendimento, durante a madrugada de hoje, pelas 04h00, a Guarda apoiou a referida operação para garantir as condições de segurança no transporte dos cidadãos em apreço”.

As autoridades referiram ainda que “a operação contou com o reforço do Comando Territorial de Beja e da Unidade de Intervenção, tendo decorrido sem incidentes”.

Recorde-se que no passado fim de semana, o Governo decretou uma cerca sanitária às freguesias de São Teotónio e de Almograve, no concelho de Odemira, devido à elevada incidência de casos de covid-19, sobretudo entre trabalhadores do setor agrícola, muitos deles migrantes, e que vivem em condições deploráveis!
Foi próprio primeiro ministro que fez questão de alegar que “alguma população vive em situações de insalubridade habitacional inadmissível, com hipersobrelotação das habitações”, relatando situações de “risco enorme para a saúde pública, para além de uma violação gritante dos direitos humanos”.

Perante esta “denúncia” uma situação que ali reina há vários anos, sendo visível por todos, mas que mesmo assim apenas agora foi tida em consideração, o Governo num despacho em Diário da República, com efeitos imediatos, decretou “a requisição temporária, por motivos de urgência e de interesse público e nacional, da totalidade dos imóveis e dos direitos a eles inerentes que compõem o empreendimento ZMar Eco Experience, localizado na freguesia de Longueira-Almograve”.

A manifestação e a insolvência…

Desde que se soube que os migrantes iriam ser realojados no Zmar, que um grupo de proprietários de casas do complexo tem protestado à entrada deste contra o recurso às suas habitações para esse fim, tendo passado a contar com o reforço de funcionários do empreendimento.
O empreendimento que ocupa 80 hectares, integra serviços comuns, como piscina ou ‘spa’, e cerca de 260 casas individuais, das quais perto de 100 pertencem ao próprio complexo e as outras 160 são de privados.

O advogado que representa um grupo de proprietários de casas no Zmar, em Odemira, revelou ontem que interpôs em tribunal uma providência cautelar contra a fundamentação da requisição temporária do complexo turístico decretada pelo Governo.
De recordar que a Multiparques, dona do Zmar foi declarada insolvente pelo juízo de Odemira. Apesar das dificuldades financeiras do empreendimento, a empresa gestora conseguiu chegar a um acordo entre credores e um plano de investimento quevprevia a reabertura do espaço em 28 de maio, agora dificilmente se concretiza.

O Zmar foi inaugurado em junho de 2009, depois de um investimento de cerca de 30 milhões de euros, numa área com 81 hectares, que inclui um eco hotel.

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