Recuperar as práticas de execuções e amputações de mãos para castigar os criminosos ou para quem não cumpra a lei talibã, vai ser o caminho seguido pelo atual governo afegão de talibãs.
“Cortar as mãos é muito necessário para a segurança”, foram palavras proferidas pelo mulá Nooruddin Turabi, um dos fundadores do movimento e atual ministro do governo talibã do Afeganistão, em entrevista à Associated Press (AP).
Turabi afirmou ainda que estes atos “talvez” venham a ser perpetrados “em público” e mostrou-se despreocupado com a indignação internacional às execuções do passado, que ocorreram em frente a multidões.
“Todos nos criticaram pelas punições no estádio, mas nunca dissemos nada sobre as leis e punições [dos outros países]. Ninguém nos vai dizer quais devem ser as nossas leis. Seguiremos o Islão e faremos as nossas leis [com base] no Alcorão”, vincou à agência de notícias norte-americana, a partir de Cabul.
Os talibãs nomearam, no passado dia 21, vários ministros, completando a formação do Governo que não inclui qualquer ministra ou um ministério feminino.
A lista de ministros indica que os talibãs não foram influenciados pelas críticas internacionais e que estão a aplicar uma linha dura, apesar das promessas iniciais de inclusão e defesa dos direitos das mulheres.
Os talibãs tomaram Cabul em 15 de agosto, concluindo uma ofensiva iniciada em maio, quando começou a retirada das forças militares norte-americanas e da NATO, que se encontravam no país desde 2001, na sequência do combate à Al-Qaida após os atentados terroristas de 11 de setembro de 2001.