Um amigo de Paul Henri Nargeolet, um dos passageiros do submersível Titan, morto na implosão do Titan, descreveu o explorador como um “lendário, icónico, incrivelmente talentoso – o maior mergulhador de profundidade que o mundo alguma vez conheceu”.
Em declarações ao programa This Morning, da CNN, Alfred Hagen recordou uma viagem anterior em que desceu com Nargeolet no submarino Titan até aos destroços do Titanic.
O amigo de Nargeolet assumiu que todos sabiam dos riscos que corriam ao embarcar numa aventura desta natureza.
“E estou farto que as pessoas venham agora insultar os grandes empreendedores e menosprezar os ricos que querem abrir caminho para o resto da humanidade […] Estes são os que correm riscos, os que correm riscos sempre fizeram avançar a humanidade e correr riscos é o que nos distingue como homens, é a centelha divina”, disse.
Nargeolet liderou várias expedições ao Titanic e supervisionou a recuperação de muitos artefatos do naufrágio, de acordo com o E/M Group, onde Nargeolet era diretor de pesquisa subaquática.
Titan sofreu uma implosão catastrófica e os cinco tripulantes tiveram morte imediata.
“Implosão catastrófica”. Foi desta forma que a marinha norte-americana explicou o que se passara, quando anunciou a morte dos cinco tripulantes. A implosão é tão rápida e forte que nenhum das vítimas ter-se-á apercebido do que aconteceu.
Os destroços encontrados ao quarto dia de buscas eram “consistentes com uma perda catastrófica da câmara de pressão”, afirmou a Guarda Costeira dos EUA.
Há ainda muitos detalhes por apurar, tanto ao nível do acidente como ao nível do apuramento de responsabilidades.
Os investigadores continuam a vasculhar o fundo do oceano em busca de informações sobre a “implosão catastrófica” que matou os cinco passageiros do submersível Titan, que perdeu subitamente a comunicação com a sua nave-mãe durante o fim de semana.
Enquanto as autoridades trabalham para determinar a linha do tempo e as circunstâncias do acidente, veículos operados remotamente serão usados para mapear o campo de destroços da embarcação, que está a mais de 3 km de profundidade no Oceano Atlântico Norte, disse John Mauger, da Guarda Costeira norte-americana, citado pela CNN Internacional.
“Quebrei regras para construir” Titan, assumiu o CEO da OceanGate
Stockton Rush, CEO da OceanGate, empresa responsável pelo Titan, que implodiu enquanto fazia uma viagem aos destroços do Titanic, afirmou em 2021, que “gostaria de ser recordado como um homem inovador” e admitiu ter quebrado “algumas regras” na construção do submarino agora destruído.
A entrevista em vídeo, que deu em setembro de 2021 ao bloguer mexicano de viagens Alan Estrada, responsável pelo canal de Youtube ‘Alan por el mundo’, tornou-se viral nas redes sociais devido à tragédia. Nela Stockton Rush cita o General Douglas MacArthur – considerado um dos grandes heróis dos EUA pelos papéis que desempenhou na Primeira e Segunda Guerra Mundial – para dizer que quebrou algumas regras na construção do submarino Titan.
Cofundador da OceanGate contesta críticas a Titan
O empresário Guiilermo Shonlein, cofundador da OceanGate, que realizava viagens aos destroços do navio Titanic e proprietária do submersível Titan, recusa críticas sobre a segurança da empresa.
“As pessoas limitam-se a falar da certificação de segurança e ignoram os 14 anos de desenvolvimento do submersível Titan”, disse Shonlein à emissora britânica BBC Radio 4.
Guillermo Shonlein, norte-americano de origem argentina, deixou a empresa há 10 anos mas ainda possui uma participação minoritária na OceanGate e frisou que as críticas sobre o desastre do Titan – que provocou a morte aos cinco ocupantes – são resultado da “falta de informação”.