África não é prioridade dos países ricos

Continente africano sem vacinas contra o vírus

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Continente africano vai esperar meses até receber vacinas. Julho de 2021 pode ser o mês escolhido.

Para se obter uma imunidade coletiva no continente, África deverá vacinar 60% dos seus 1,3 mil milhões de habitantes. Mas num momento em que os casos aumentam a olhos vistos, os governos têm dificuldades em assegurar vacinas para este continente.

O aumento do número de mortes e de infeções preocupa os governos e as instituições internacionais, sobretudo desde que foi identificada uma mutação altamente contagiante do vírus na África do Sul.

Até à data, o continente africano registou oficialmente mais de 3,3 milhões de contágios. A falta de testes e a dificuldade em obter dados fiáveis de muitos países africanos traduz-se num número de casos e mortalidade bem mais elevado do que aquele que é conhecido.

Até à data já foram asseguradas cerca de 30 milhões de vacinas a serem entregues, mas

ainda não há data definida para o início da inoculação.

África não é prioridade dos países ricos

Não é de agora que existem diferenças, mas verdade é que esta pandemia ainda causa mais desigualdades, mais injustiças.

Os esforços dos países africanos para lançar programas de vacinação estão a ser dificultados pelo açambarcamento de vacinas disponíveis pelas nações industrializadas.

Algo afirmado pelo secretário-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus. “A promessa de acesso equitativo está em sério risco. Em 49 países com rendimentos mais elevados já foram administradas mais de 39 milhões de doses de vacinas. Há um país de baixo rendimento no qual foram administradas apenas 25 doses. O mundo está à beira de um catastrófico fracasso moral. O preço deste fracasso será pago com vidas e meios de subsistência nos países mais pobres do mundo”, frisou, de forma a alertar consciências para o que se passa em África, e que o mundo não quer ver.

A promessa que tarda em chegar

As vacinas asseguradas até agora pelo programa COVAX da OMS para países pobres não serão disponibilizadas antes do final de março, enquanto que as grandes entregas estão programadas apenas para junho.

Ao que se sabe a meta do programa COVAX é fornecer dois mil milhões de doses a nível mundial até ao final de 2021.

Perante tamanha desigualdade os líderes africanos não escondem a sua desilusão pela falta de solidariedade internacional. É “tolice depender do Ocidente” admitem.

Mais, as vacinas que vão ser dadas até junho, caso cheguem, não irão além das necessidades dos trabalhadores da linha da frente dos cuidados de saúde”, disse a União Africana, alertando que “poderão não ser suficientes para conter o sempre crescente número de vítimas da pandemia em África”.

Perante tantos infetados, e com a vacina a uma miragem distante, para combater o vírus, as nações africanas pobres correm o risco de se terem que endividar ainda mais.

Reprodução: Instagram covid.19africa

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