Stanislav Horuna, karateca ucraniano volta ao ‘tatami’ sob o olhar atento da família. O reencontro após dois meses de separação
Ganhou o bronze em Tóquio 2020.
Quando começou a guerra na Ucrânia foi para a frente de batalha combater os russos e ainda leiloou a medalha que tinha ganho nos Olímpicos para ajudar.
Tal como a maioria dos ucranianos fez questão de tirar a família do seu país, mulher e filho, de
quase três anos. Ambos foram para a Hungria, onde têm estado a viver com a ajuda de amigos.
Agora, passados dois meses sem estarem juntos, voltou a reencontrar a mulher e o filho.
O “palco” escolhido foi Portugal.
O atleta participou no K1 Premier League, que decorreu entre 22 abril e 24 de abril no Centro de Desportos e Congressos de Matosinhos. Esta é uma das provas mais importantes do
circuito mundial de Karaté.
Em 2019, Horuna, hoje com 33 anos, assinou um contrato com as Forças Armadas da Ucrânia e
representou-as em competições por todo o mundo.
Desde o início da invasão, russa, há mais de dois meses, que a honra e o amor pela pátria falaram mais alto, fazendo-o despir o kimono.
Pegou na arma, e tornou-se mais um de muitos soldados com as instruções de fazer patrulhamentos e conduzir os civis aos abrigos quando soam os alarmes em Lviv.
Durante o primeiro mês esteve numa base militar fazendo patrulhamento dia e noite, e
impedido de treinar.
Agora com autorização do Governo ucraniano, conseguiu uma licença militar e voltou a vestir o kimono para representar a Ucrânia, numa das mais importantes provas do mundo de Karaté.
A venda da medalha de bronze rendeu-lhe 20.500 dólares, cerca de 18.800 euros.
A verba toda reverteu para o programa de ajuda humanitária "World Sports for Ukraine" (Desporto Mundial pela Ucrânia).