O felino cinzento de olhos verdes vai deixar saudades pelo seu espírito aventureiro e as suas escapadinhas de casa dos donos para se passear pelos bairros alfacinhas. Também deixou espalhados pela cidade muitos amigos..
Calvin Esparguete atravessou o arco-íris aos 18 anos – mais de 80 anos de gente. O gato mais famoso da Colina de Santana deixa para trás mil amizades, banhos ao sol, passeios pelas ruelas e um livro que retrata as suas escapadelas pelos bairros lisboetas.
O gato cinzento de olhos verdes ficou famoso pelo espírito aventureiro e pelos passeios que dava pela capital. As suas aventuras eram tantas (e tão insólitas) que uma página de Facebook não chegou para as contar a todas.
As escapadelas de Calvin deram origem a um livro, publicado em 2018, pela Dom Quixote.
“O nosso gatinho maravilha chegou ao fim da sua aventura. Viveu 18 anos intensos e deixou-nos partilhá-los com ele, o que foi um enorme privilégio. Das suas caminhadas pelos telhados e pelas ruas da cidade trouxe amigos que depois também ficaram nossos amigos, vizinhos que sem ele nunca teríamos conhecido, histórias que tantas vezes contámos, porque o Calvin era, será sempre, um gatinho absolutamente extraordinário. Obrigada a todos os que o seguiram por aqui. Continua as tuas caminhadas, querido Calvin, nós nunca te esqueceremos”, lê-se na página que foi criada em 2017 para contar as histórias do famoso felino.
Calvin Esparguete não dispensava passear-se por todos os recantos alfacinhas e, à miníma desatenção, Calvin “pirava-se e ia para a rua”. A dona, a jornalista Filomena Lança, afirmou ao jornal Público, em 2018, que Calvin era um gato muito independente. “Alguns vizinhos costumam dizer que nós não somos donos do Calvin, o Calvin é que é o nosso dono porque é muito senhor do seu nariz e rabugento; se ele se deitar num sítio e o formos buscar refila logo.”
O nome Calvin vem de uma das personagens da banda desenhada Calvin and Hobbes. Já quanto a Esparguete, ninguém conhece a origem. “Surgiu da necessidade de haver dois nomes para quando o Calvin é mais malandro e o podermos chamar: ‘Calvin Esparguete, vem já aqui’”, exemplificou então Filomena.
O famoso Calvin já era tão conhecido nas redondezas que os donos recebiam fotografias de avistamentos do gatinho por toda a cidade e eram chamados para o irem buscar a qualquer hora da noite. O gato tinha uma coleira em forma de coração ao pescoço onde se podia ler o seu nome e o número de telefone da dona. As aventuras de Calvin, contadas na primeira pessoa, estão eternizadas no livro O Diário de um Gato Citadino, escrito pela dona, Filomena Lança.