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São 21 palcos oficiais, muita música, Yoga, práticas de bem-estar, arte, ‘workshops’ e a meditação

‘Boom Festival’ com 177 nacionalidades em Idanha-a-Nova

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

O festival esgotou os bilhetes disponíveis em hora e meia logo depois de serem colocados à venda. São 21 palcos, 544 artistas e mais de 40 mil pessoas. Está cada vez mais na moda este evento português.

Já abriu ontem os seus largos portões por onde estão a entrar mais de 41 mil pessoas de 177 nacionalidades naquele espaço em Idanha-a-Nova que este ano conta com 21 palcos oficiais, 544 artistas, 181 facilitadores, 69 assistentes e 100 terapeutas.
É caso para dizer que a organização foi exímia!
O cartaz que tem para oferecer, até ao dia 29, tem nomes como  Agents of Time, Astrix, Acid Arab, Angélica Salvi, Burnt Friedman com João Pais Filipe, Club Makumba, Fogo Fogo, Kimi Djabaté, Norberto Lobo e Pantha du Prince.
Mas há tanto mais… “o Yoga, as práticas de bem-estar, a arte, os ‘workshops’ e a meditação” estão sempre entre as preferências de um público, que procura aproveitar o momento de tranquilidade e camaradagem e este ano esgotou os bilhetes disponíveis em hora e meia.

A 13.ª edição deste festival bienal que se realiza em Idanha-a-Nova, no distrito de Castelo Branco, foi cancelada em 2020 e 2021, devido à pandemia da covid-19, e remarcada para julho de 2022.

“Como sempre, a procura foi imensa, ultrapassou em muito a oferta. O facto de a pandemia ter adiado a edição do ano passado não reduziu em nada o entusiasmo dos ‘boomers'”, disse à Lusa Artur Mendes, o organizador, numa entrevista sobre o festival.

Em 2009, ano em que o Boom Festival se instalou na Herdade da Granja, a organização transferiu também a sua sede para o concelho de Idanha-a-Nova, criando, desde então, a associação IdanhaCulta, que se dedica ao desenvolvimento social, cultural, recreativo e ambiental.

A organização acabou por adquirir esta herdade de 180 hectares em 2017.

“Podíamos receber mais e mais pessoas, mas seria exatamente o contrário do que pretendemos, ou seja, nós queremos melhorar a experiência, queremos assegurar que existe equilíbrio. Podíamos fazer o Boom todos os anos, mas fazemos apenas de dois em dois e isso também é um investimento na sustentabilidade. Saber parar, saber não crescer em excesso é uma responsabilidade que assumimos por inteiro. É o nosso compromisso”, referiu Artur Mendes.

UM FESTIVAL DE BEM ESTAR E ARTES

O Boom Festival nasceu para ser um acontecimento cultural com mais diversidade do ponto de vista das nacionalidades: 85% do público é estrangeiro.

Nesta edição estão representadas 177 nacionalidades, com destaque para franceses, alemães e israelitas.

“Os neerlandeses, suíços, suecos e espanhóis também marcam presença em grande número. Temos um visitante norte-coreano e três polinésios. É importante notar que não é o contingente específico de um país que define o Festival, nem é isso que nos interessa. O importante é a diversidade de pessoas de todo o mundo que vivem a experiência do Boom e que a repetem edição após edição”, disse o responsável pelo evento.

“O Boom também é feito de pequenos cantos, jardins detalhados, arquitetura temporária, projetos ecológicos e uma vibração humana muito específica. A ideia de comunhão é o que nos move. A experiência Boom é sobre ser Boom, não apenas assistir”, frisou Artur Mendes.

Para este ano, o Boom Festival, anunciou também uma exposição internacional de obras de arte digital ‘non fungible token’ (NFT), com curadoria do Art Progression Now, reunindo peças de 25 artistas de 13 nacionalidades, relacionadas com o tema adotado pelo festival este ano, “Antropoceno”.

A coleção estará igualmente disponível na galeria virtual do ‘Rare Effects’, para que ‘boomers’ de todo o mundo possam visitar e comprar as obras de arte expostas, ‘online’, até dia 15 de agosto.

QUEREM SER SUSTENTÁVEIS. E ESTÃO A CONSEGUIR.

O responsável pela organização realçou que estão o ano inteiro na herdade, onde tem uma equipa permanente e o trabalho é diário.

“Deixe-me dar-lhe alguns exemplos do que fazemos: construímos uma estação de tratamento de água com capacidade para sete milhões de litros para tratar a água cinza dos chuveiros do festival e reutilizá-la para irrigação, para apoiar a regeneração e reflorestamento de Boomland. Construímos 112 novos chuveiros a partir de plástico reciclado e 94 novas casas de banho, algumas feitas com plástico reciclado e outras com materiais reciclados a partir de interiores de automóveis”, sublinhou.

A organização do Boom Festival vai continuar a limitar os horários de banho, como forma de ajudar a preservar a água, e tem disponíveis WC 100% compostáveis. Após tratamento e análise, o composto é devolvido à terra para criação de solo na parte florestal.

“Estamos todos os dias na herdade, trabalhamos todos os dias, cuidamos do terreno. As árvores e a vegetação são tratadas e respeitadas. Desde 2015, o programa de reflorestação do Boom plantou 925 árvores e 120 unidades arbustivas”, afirmou.

E QUEM QUISER IR E NÃO TEM COMO… HÁ O ‘BOOM BUS’!

Na última edição, em 2018, cerca de 30% do público deslocou-se através do ‘Boom Bus’, iniciativa criada pelo evento em 2006. Basta reservar o bilhete e apanhar o ‘Boom Bus’ numa das paragens organizadas em Portugal e também em Espanha, França ou na Suíça.

Esta é mais uma forma de promover e concretizar a sustentabilidade, neste caso através da mobilidade partilhada.

“O esforço para reduzir emissões, contudo, não se esgota aí. Promovemos, em colaboração com a Liftshare, a cedência de lugares vagos em veículos de ‘boomers’ que se deslocam com espaço disponível para partilha”, explicou Artur Mendes.

Este ano, e pela terceira edição consecutiva, o festival vai ter também o ‘Boom Bike Village’, que recebe os ‘boomers’ que viajam de bicicleta.

À agência Lusa, Artur Mendes explicou que o facto de estar no interior do país é um fator que valoriza, distingue e define o Boom Festival.

“Estamos muito contentes com esta escolha. Não somos nem mais um festival de música, porque somos muito mais do que isso. Não propomos apenas concertos, nem estamos onde a maior parte das pessoas está o ano inteiro, ou seja, nas grandes cidades. Claro, tudo é mais fácil em Lisboa ou no Porto, porque existe massa crítica, os sistemas estão montados, as infraestruturas públicas estão garantidas, mesmo um grande concerto com 60 mil ou 70 mil pessoas é encarado com, digamos, alguma normalidade pelas autoridades”, rematou o responsável.

Os contactos entre a organização e a Direção-Geral da Saúde (DGS) são regulares e intensificam-se durante o festival.

Créditos Imagem:

Facebook Boom Oficial

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