Um grupo de homens armados atacou, esta sexta-feira, uma sala de espetáculos em Moscovo, na Rússia, causando dezenas de feridos e também mortos.
Os dados sobre as vítimas do atentado continuam a sofrer atualizações constantes. As informações mais recentes indicam que o número de mortos voltou a aumentar, havendo a lamentar pelo menos 143 vítimas mortais.
De acordo com a RIA Novosti, a informação foi avançada por Margarita Simonyan, editora-chefe da agência Rossiya Segodnya e do canal RT.
Pelo menos cinco atiradores, vestidos com uniformes militares, causaram o pânico na capital russa usando metralhadoras e também, segundo as publicações russas, granadas.
Os atiradores entraram “camuflados” e a disparar indiscriminadamente numa sala de espectáculos e os vídeos nas redes sociais de quem lá estava mostram gritos, tiros e confusão.
Veja os vídeos no X (clique nos links)
https://x.com/Gerashchenko_en/status/1771238460952641835?s=20
https://x.com/AZ_Intel_/status/1771275022000099374?s=20
https://x.com/RALee85/status/1771235426474299471?s=20
https://x.com/RALee85/status/1771235426474299471?s=20
https://x.com/noFrontMilitar/status/1771243369424904605?s=20
https://x.com/Karima_Pacha/status/1771282114622697484?s=20
https://x.com/GlobalTrendng24/status/1771282059962577281?s=20
O local onde ocorreu o ataque, um centro comercial, está também em chamas.
As autoridades russas estão em alerta e já foi criado um perímetro de segurança, assim como cancelados os eventos na capital até ao fim de semana.
Entretanto, foi detido um homem perto do local. Um automóvel armadilhado com explosivos terá sido encontrado no parque de estacionamento do centro comercial onde o ataque ocorreu. A zona foi isolada, segundo avança a Meduza.
O ataque fez, pelo menos, 40 mortos e mais 100 feridos, de acordo com o que avança a agência RIA Novosti. A imprensa russa adianta que a comissária para os Direitos das Crianças, Maria Lvova-Belova, confirmou que existem crianças entre as 40 vítimas mortais do ataque.
O telhado da área do palco da sala de espetáculos Crocus, onde ocorreu o tiroteio, seguido de um incêndio, está a colapsar, informou um correspondente da RIA Novosti.
Parte do telhado, engolido pelas chamas, começou a desabar no prédio do centro comercial e de entretenimento.
Os serviços de segurança da Rússia avançaram que o tiroteio e o incêndio ocorreram, na região de Krasnogorsk, em Moscovo, antes de um concerto.
Há conhecimento que os serviços de segurança russos já andarão à procura de vários homens da Inguchétia suspeitos do ataque terrorista mortal de hoje em Moscovo.
Rússia reagiu
A diplomacia russa condenou hoje como “um atentado terrorista sangrento” o tiroteio e o incêndio causados por desconhecidos armados. “Toda a comunidade internacional deve condenar este crime odioso!”, referiu o ministério.
EUA reagem: “Horrível e difícil de assistir”
O porta-voz do Conselho de Segurança Nacional, John Kirby, já reagiu, considerando que o ataque “horrível e difícil de assistir”. O responsável expressou ainda o apoio dos Estados Unidos “às vítimas deste ataque terrível”.
Charles Michel já reagiu: “Ato horrífico de terrorismo”
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, reagiu, através das redes sociais, ao ataque terrorista a Moscovo, esta sexta-feira. “Há oito anos, os ataques a Bruxelas abalaram a Europa, no seu centro, e a Bélgica, profundamente. Presto tributo à memória dos afetados por este ato horrífico de terrorismo”.
“Envolvidos devem ser responsabilizados”, afirma Navalnaya
A viúva de Navalny, Yulia Navalnaya, reagiu ao atentado ocorrido esta sexta-feira numa sala de espetáculos em Moscovo, na Rússia, considerando que os envolvidos no crime “devem ser responsabilizados”.
“Que pesadelo em Crocus. Condolências às famílias das vítimas e recuperação aos feridos. Todos os envolvidos neste crime devem ser encontrados e responsabilizados”, escreveu Navalnaya numa publicação na rede social X (antigo Twitter).
EUA avisaram Rússia há duas semanas de “planos extremistas”
A embaixada dos Estados Unidos na Rússia deixou um aviso a Moscovo há duas semanas devido a “relatos de extremistas com planos iminentes”. O aviso de Washington foi feito a 7 de março, e era feito para as 48 horas seguintes.
Segundo a embaixada, os planos visavam locais onde se pudesse realizar, por exemplo, concertos.
Putin desvalorizou avisos.
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, desvalorizou recentente os alertas de eventuais ataques terroristas. Num encontro com o FSB, na terça-feira, Putin considerou que os avisos eram não só “chantagem” como também tinham o objetivo de “desestabilizar a sociedade”.
“Gostaria de recordar as recentes declarações provocatórias de uma série de estruturas oficiais ocidentais relativamente a potenciais ataques terroristas na Rússia. Todas estas ações assemelham-se a uma verdadeira chantagem e à intenção de intimidar e desestabilizar a nossa sociedade”, afirmou Putin.
Ucrânia já negou estar envolvida
O conselheiro presidencial da Ucrânia, Mykhailo Podolyak, negou o envolvimento do país no ataque a Moscovo. “A Ucrânia não tem certamente nada a ver com os tiros/explosões em Crocus City Hall. Não faz qualquer sentido”, escreveu o responsável numa publicação partilhada na rede social X (antigo Twitter).
Podolyak sublinhou que o conflito com Moscovo já dura há dois anos e que “qualquer coisa nesta guerra será resolvida apenas no campo de batalha”. “Apenas pela quantidade de armas e qualidade das decisões militares. Os ataques terroristas não resolvem os problemas”, escreveu.
Defendendo ainda que Kyiv “nunca recorreu a métodos terroristas”, o responsável apontou ainda que houve avisos de embaixadas na Rússia acerca de eventuais ataques.
“Concluindo: Não há a menor dúvida de que os acontecimentos nos subúrbios de Moscovo contribuirão para um aumento acentuado da propaganda militar, para uma militarização acelerada, para uma mobilização alargada e, em última análise, para o aumento da guerra. E também para justificar ataques genocidas manifestos contra a população civil da Ucrânia”, rematou.