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O Papa Francisco está em Portugal até domingo com uma agenda cheia de ‘discursos’

“Às vezes na vida há que sujar as mãos para não sujar o coração.”

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

A visita do Papa Francisco a Portugal, no âmbito da Jornada Mundial da Juventude, tem dado que falar. Saiba através de frases do chefe da Igreja Católica proferidas ao longo desta jornada, o que pensa e diz Francisco.

“Não devemos ter medo de nos sentir inquietos, de pensar que tudo o que possamos fazer não basta. Neste sentido e dentro de uma justa medida ser descontente é um bom antídoto contra a presunção da auto suficiência e do narcisismo.”

“À universidade que se comprometeu a formar as novas gerações, seria um desperdício pensá-la apenas para perpetuar o atual sistema elitista e desigual do mundo com o ensino superior que continua a ser um privilégio de poucos (…). Se quem recebeu um ensino superior não se esforça por restituir aquilo de que beneficiou, significa que não compreendeu profundamente o que lhe foi oferecido.”

“Devemos reconhecer a urgência dramática de cuidar da casa comum. No entanto, isso não pode ser feito sem uma conversão do coração e uma mudança da visão antropológica subjacente à economia e à política. Não podemos contentar-nos com simples medidas paliativas ou com tímidos e ambíguos compromissos (…) Trata-se, pelo contrário, de tomar a peito o que infelizmente continua a ser adiado: a necessidade de redefinir o que chamamos progresso e evolução.”

“Não esqueçais que temos necessidade de uma ecologia integral, de escutar o sofrimento do planeta juntamente com o dos pobres; necessidade de colocar o drama da desertificação em paralelo com o dos refugiados; o tema das migrações juntamente com a queda da natalidade; necessidade de nos ocuparmos da dimensão material da vida no âmbito de uma dimensão espiritual. Não queremos polarizações, mas visões de conjunto.”

“Não basta que um cristão esteja convencido, deve ser convincente (…) Além disso, o cristianismo não pode ser habitado como uma fortaleza cercada de muros, que ergue baluartes contra o mundo.”

“Uma vida sem crises é uma vida assética (…), é como água destilada. Água destilada é uma água sem crises. Não tem sabor a nada, não serve para nada, a não ser para guardar no roupeiro e fechar a porta.”

“Há que assumir e resolver as crises. Nas crises há que caminhar, assumi-las e raramente a sós. Isso também é importante. Caminhando juntos para enfrentar juntos a crise. E para comer uma feijoada.”

“Às vezes na vida há que sujar as mãos para não sujar o coração.”

“São as ilusões do virtual e devemos estar atentos para não nos deixarmos enganar, porque muitas realidades que nos atraem e prometem felicidade depois mostram-se pelo que são, coisas vãs, coisas supérfluas, coisas que não servem e que nos deixam vazios por dentro.”

“Com efeito, o teu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é processado por algoritmos que lhe associam gostos e preferências. Mas tudo isso não interpela a tua singularidade, mas a tua utilidade para estudos de mercado.”

“O teu nome é conhecido, aparece nas redes sociais, é processado por algoritmos que lhe associam gostos e preferências. Mas tudo isso não interpela a tua singularidade, mas a tua utilidade para estudos de mercado.”

“Nunca te canses de perguntar. Fazer perguntas é bom (…) quem pergunta permanece inquieto e a inquietação é o melhor remédio contra a habituação, aquela normalidade rasteira que anestesia a alma.”

 

A EUROPA E A PAZ

 

“Na verdade, o mundo tem necessidade da Europa, da Europa verdadeira. Precisa do seu papel de construtora de pontes e de pacificadora no Leste europeu, no Mediterrâneo, na África e no Médio Oriente.”

“Para onde navegas [Europa] se não ofereces percursos de paz, vias inovadoras para acabar com a guerra na Ucrânia e com tantos conflitos que ensanguentam o mundo? E ainda alargando o campo: que rota segues, Ocidente?”

“Para onde navegais, Europa e Ocidente, com o descarte dos idosos, os muros de arame farpado, as mortandades no mar e os berços vazios? Para onde ides se, perante o tormento de viver, voz limitais a oferecer remédios rápidos e errados como o fácil acesso à morte, solução cómoda que parece doce, mas na realidade é mais amarga que as águas do mar?”

“No mundo evoluído de hoje, paradoxalmente, tornou-se prioritário defender a vida humana, posta em risco por derivas utilitaristas que a usam e descartam”.

“[O cansaço] trata-se de um sentimento bastante difundido nos países de antiga tradição cristã, atravessados por muitas mudanças sociais e culturais e cada vez mais marcados pelo secularismo e pela indiferença para com Deus, por um progressivo afastamento da prática da fé. Isto vê-se com frequência, acentuado pela desilusão e aversão que alguns nutrem face à igreja, devido às vezes ao nosso mau testemunho e aos escândalos que desfiguraram o seu rosto e que nos chamam a uma humilde e constante purificação, partindo do grito de sofrimento das vítimas que sempre se devem acolher e escutar”.

“Como jovens que aqui vêm de todo o Mundo para desafiar as ondas gigantes da Nazaré, façamo-nos ao largo também nós sem medo.”

“Que a igreja não seja uma alfândega para selecionar quem entra ou não. Todos. Cada um com a sua vida, com os seus pecados, como está diante de Deus, como está diante da vida. Todos, todos. Não coloquemos alfândegas na Igreja. Todos.”

“[À Igreja cabe a tarefa] de levar o acolhimento do Evangelho a uma sociedade multicultural; levar a proximidade do Pai às situações de precariedade e pobreza, que crescem sobretudo entre os jovens.”

“Queremos sonhar a Igreja portuguesa como um ‘porto seguro’ para quem enfrenta as travessias, os naufrágios e as tempestades da vida”.

 

Créditos Imagem:

Facebook Jornadas da juventude

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