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MARISA TEIXEIRA
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“Antigamente chamavam-nos ‘as maluquinhas dos animais’

Ha 25 anos existiam dificuldades na defesa animal que só quem gostava muito dos que defendia e protegia conseguia superar.

Nessa altura não só ninguém se importava com as entidades publicas como a própria população nos criticava e dificultava ao máximo quando queríamos defender e proteger os animais de rua …

Hoje é tudo mais fácil, há 25 anos seria impensável sermos usados como bandeiras eleitorais, não havia qualquer tipo de ajuda ao animais.

Hoje é importante os executivos camarários mostrarem que gostam e se importam com os animais dos concelhos que gerem … os próprios serviços veterinários nessa altura eram escassos e por exemplo as esterilizações bem mais dispendiosas do que são hoje.

Ainda me lembro de sermos apelidadas “das maluquinhas dos animais”, hoje somos mais respeitados … tenho o maior respeito pelas minhas colegas que durante todos estes anos passaram por tanto, tal como eu, mas nunca deixamos de lutar por eles…

Agora existem centenas de associações e existe uma maior envolvencia de toda a comunidade… tenho o maior respeito por todos nós, protetores de animais, que durante tantos anos lutamos contra tantos mas com a maior arma que se pode ter numa causa como esta: o amor!

Foi este amor aos animais que nos fez começar há tantos anos e lutar contra tantas adversidades…

Hoje somos imensos e, cada um, continua a dar o seu melhor, sabendo que o melhor de cada um é diferente, o importante será sempre o respeito … sabendo nós que para eles animais o mais importante é serem felizes e deixarem-os ser aquilo que são: animais.

Penso que animais felizes será sempre o principal mote que deve seguir quem os defende e protege.

Na minha opinião, o bem-estar animal está sempre em primeiro lugar nas associações. Ou se não está, devia estar.

Um animal está em condições adequadas de bemestar se estiver sadio, num ambiente confortável, bem alimentado, em segurança, podendo expressar seu comportamento, não apresentando dor, medo e ansiedade. Estas são as 5 liberdades que os teóricos da causa animal e não só consideraram como essenciais para um normal desenvolvimento do animal.

Para quem não sabe, o conceito de bem-estar animal surgiu na Europa em meados da década de 60 pela necessidade de se estabelecer condições mínimas para o desenvolvimento pleno de todas as espécies. Em linhas gerais, consiste em uma série de fatores que permitem ao animal ter qualidade de vida e um desenvolvimento normal.

Vou abaixo referir-me as estas cinco liberdades muito sucintamente –

O animal não deve ter fome nem sede

Claro, esta é a primeira delas, que é satisfazer as necessidades nutricionais. Mas deve sempre tentar fazê-lo com alimentos de qualidade. Além de frescos, devem ser compatíveis com a espécie, idade e condições de saúde. Hoje em dia há rações específicas para cada enfermidade.

Nunca dê restos de comida pois o sistema digestivo dos animais é diferente do ser humanos. Água muita água e permanentemente mudada, sobretudo, no verão. A hidratação é essencial.

O bem-estar do seu animal tem na comida e na água o mais importante.

Criar um ambiente confortável

Os patudos precisam de ter uma estrutura própria dentro da casa do dono ou mesmo nas associações. Esse local precisa estar limpo, com temperatura agradável e, de preferência, deve proporcionar o acesso ao convívio com tutores e outros amiguinhos de quatro patas, no caso de associação. Os animais devem sentir-se integrados na família, no caso de associação nós que tratamos e cuidamos deles somos a família.

Adotar condutas para prevenir dores e doenças

Cada animal é uma vida. Se está na nossa família, é mais um membro, que deve ser amado e respeitado e receber os cuidados necessários para a sua saúde.

As visitas ao médico veterinário devem ser frequentes e dentro de um calendário compatível com as idades dos animais. O animal precisa ser acompanhado pelo médico veterinário para realização de exames, vacinações e orientações para o cuidado a ter com ele.

Quando forem velhinhos precisam de um acompanhamento mais frequente.

Viabilizar ao animal condições para desenvolver o seu comportamento normal

Os cães tem ADN dos lobos e os gatos dos tigres tendo comportamentos específicos que não podem nem devem ser reprimidos. A memória genética destes animais dá-lhes hábitos herdados dos seus ancestrais, mas que sofreram algumas adaptações em razão do habitat.

Para gatos se os tiver dentro de casa faça-lhes ou tenha arranhadores altos. Os gatos adoram estar em sítios altos.

Os cães precisam de se exercitar todos os dias e passeá-los diariamente permite que entrem em contato com outros animais, pessoas, cheiros e respirar novos ares, além do exercício físico em si.

Proteger o animal de situações de medo

Neste tópico resumem-se todos os outros de que já falei. Se não conseguirmos proporcionar a satisfação plena de necessidades, como nutrição, conforto, saúde e liberdade para expressar comportamentos inerentes à espécie, teremos como resultado uma ofensa aos aspectos mentais do animal.

Não se zangue com o seu gato nem lhe grite só porque ele lhe arranhou o sofá. Em vez de reprimi-lo compre-lhe um arranhador para que ele possa afiar livremente as unhas.

Se o seu cão roer o seu sapato ou destruir-lhe almofadas é porque precisa extravasar energias. Passeia mais tempo com ele e deixe-o correr. Reprimir faz mal à cabeça do animal.

E por hoje é tudo. Divirtam-se com os vossos amigos de 4 patas, sejam empáticos com eles e serão amigos para toda a vida.

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