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Duplo F
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Animais de companhia

O título que hoje vos trago pode ser enganoso, pois me vou referir em particular ao Ser Humano.

Na verdade, o Homem pertence ao Reino Animal e para ser mais preciso, somos um vertebrado, mamífero, primata, hominídeo, do género Homo, e da espécie Sapiens, e até da subespécie Sapiens/ Sapiens, o que pode traduzir-se como “o Sabedor, o Sapiente”, o que naturalmente nos deixa bem colocados.

Do que quero falar é da absoluta necessidade que o Ser Humano tem, de ter companhia; precisa mesmo dela.

E se é verdade que procura essa companhia para garantir a continuidade da espécie, o que é uma obrigatoriedade indiscutível, também o faz para encontrar mais companhia de que necessita, para ter a cada instante um bordão no qual se  se apoiar, para se fazer ouvir, e para ter a quem ouvir, para trocar um sorriso, para pensar e ter quem o contraponha ou aprove, para ter a escolha duma segunda opinião, para encontrar alegria quando está triste, para sentir que não está só, e até que algo  próximo dele se mexe, para além daquilo que o vento faz mexer.

Essa companhia indispensável, pode o homem obtê-la no círculo próximo, na família que criou ou na qual está inserido,  ou nas proximidades que vai estabelecendo, com amigos, admiradores ou admirados, companheiros de jornada, ou até desconhecidos.

Num ou noutro lado, o que procura é isso que vos digo, ter e dar companhia.

Mas como em tudo o que o empolga, o tal Homo Sapiens que afinal nós somos, comete naturalmente erros, erros de avaliação e de apropriação, o que sucede com muita frequência no lidar com a companhia que procura.

No que diz respeito à companhia mais próxima, rapidamente acha, que quem a preenche lhe pertence, como se dum objecto seu se tratasse.

Sucede porém, que ninguém é de ninguém, mas sim de si próprio; e é  só quando não se sente condicionado, é que a companhia ou opinião que vier a dar, é genuína e variada, espontânea e livre.

No grupo externo dos amigos, o tal Homo Sapiens, que nós somos, comete um erro diferente: o de considerar que todos são seus amigos, quando o não são certamente: alguns são apenas conhecidos, insinuantes talvez, assíduos na sua presença, mas incapazes de aparecer na altura em que a tal companhia, se deve mostrar, ou seja precisa…

O terceiro erro que o homem comete, é achar que não encontra companhia e ajuda fora do seu círculo pessoal; é uma avaliação errada,  pois  os exemplos de que isso pode acontecer, são bons e muitos, e provam que dum desconhecido se recebe muitas vezes ternura, apoio e humanidade, sem tal se esperar, e sem ter que dar nada em troca.

Assim penso, pensando também, que a companhia nunca se deve comprar, mas sim criar.

Será que estou certo?

E aproveitando a boleia do título, falo também dos simpáticos Animais de Companhia, propriamente ditos, que pacientemente esperam o dia inteiro por um afago de segundos, e amam profundamente quem os acolhe.  Esses não vendem fidelidade…dão. Não dão opinião, mas nunca recusam a sua presença quando presentem que é precisa.

Diferente, mas não menos sábia a sua posição…

 

E aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:

        “A companhia é pelo Homem requerida, do nascimento à partida… “

 

Créditos Imagem:

Tim Mossholder; Aziz Acharki; Drew Coffman – Unsplash Free Photos

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