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Katerina Prokopenko e Yulia Fedosyuk foram a Roma falar com o Sumo Pontífice

“Ajude-nos a salvar os nossos maridos”, pedem ao Papa as mulheres dos resistentes de Mariupol

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

O Papa Francisco recebeu no Vaticano as mulheres dos combatentes do Regimento Azov. Katerina Prokopenko e Yulia Fedosyuk entregaram-lhe duas cartas e várias fotografias.

Katerina Prokopenko e Yulia Fedosyuk já tinham ido a Roma há alguns dias e voltaram para casa sem que os seus apelos fossem ouvidos. Agora regressaram e estão desesperadas porque as tropas russas não param o ataque à fábrica do Azvostal onde seus maridos estão presos há semanas.

Na esperança de encontrarem o Papa na audiência geral de quarta-feira saíram de Kiev para Roma na noite anterior. Logo bem cedo pela manhã, Katerina e Yulia estavam na primeira fila na Praça de São Pedro.

Yulya, casada com Arseniy Fedosiuk e Kateryna com Denis Prokopenko, que lidera a resistência de Mariupol contra o cerco russo.

Com elas traziam duas cartas e algumas fotos para entregarem ao Papa Francisco.

VEJA AQUI O VÍDEO DO ENCONTRO

 

Uma carta foi assinada por Onufrij, o primaz da Igreja Ortodoxa Ucraniana, com um pedido a Putin para que deixe os combatentes de Azov partirem.

“A outra carta é nossa.”

Tudo foi entregue e Francisco recebeu-as por cerca de 5 minutos.

“Ele disse que está ciente da situação e que rezará por eles e fará tudo o que for possível”, disseram as mulheres aos jornalistas. 

“Ele é a nossa última esperança” – dizem – “Pedimos ao Papa e a Onufrij que se tornem terceiros nesta guerra e nos ajudem a iniciar um procedimento para os salvar. Esperamos que sejam criados corredores seguros para podermos evacuá-los para um terceiro país onde pudéssemos ter uma vida normal”.

Turquia e Israel estão dispostos a tentar.

Com elas estava Piotr Verzilov, o dissidente russo, fundador do grupo ‘Pussy Riots’, que tem ajuda as companheiras dos combatentes do Azovestal nesta campanha para os salvar da morte.

“Pedimos ao Papa que viesse à Ucrânia e que falasse com Putin,” disse Yuliya.

O presente destas mulheres e mães é de sofrimento e grande ansiedade.

“A última mensagem que o meu marido me enviou foram três palavras: eu amo-te. Eu respondi que estávamos a tentar salvá-los a todos. Mas senti uma grande tristeza, não sabemos o que vai acontecer amanhã, ou daqui a três horas. Sabemos que os russos continuam o ataque implacavelmente. Não sabemos o que pensar, o que fazer, apenas esperamos que o mundo, o nosso governo, alguém nos ajude e intervenha para salvar as vidas dos nossos homens”.

Yulia assume que o marido lhe deu a entender que já não há água, nem nos canos da fábrica.

“O meu marido escreveu-me há um dia que até a água nas máquinas está acabar. E pediu-me para consultar o Google e procurar um artigo sobre como sobreviver o maior tempo possível sem águaTenho medo de perdê-lo e também estou com raiva de mim mesmo porque não consigo fazer nada para o ajudar! É terrível o que nos está acontecer: Azovstal parece um ‘reality show’ e ninguém nos ajuda. Por isso esperamos que o Papa nos possa ajudar, ele é nosso última esperança ” .

Kateryna, Yulia e Verzilov seguiram para a Alemanha para continuarem a apelar pela vida dos maridos e todos os combatentes do Azovestal.

Num verdadeiro esforço para salvar os maridos e todas as pessoas de “Azovstal”, as mulheres estão prontas para irem a qualquer lugar do mundo, para pedir ajuda a todos que puderem.

“Eles não vão se render porque os russos vão matá-los.”
A esposa do defensor ferido de Mariupol Arseniy Fedosyuk, Yulia, falou sobre como os defensores de Azovstal sobrevivem.
“De alguma forma, o meu marido conseguiu enviar-me uma mensagem para que eu pudesse encontrar informações sobre como viver sem água. ‘Google quanto tempo você pode viver sem água. Copie algum artigo sobre isso e solte-o. Apenas texto, não faças capturas de tela. As fotos não carregam”.

Créditos Imagem:

@reprodução Redes Sociais/Twitter/Vatican News

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