De norte a sul do país reivindicam condições mais justas e valorização do setor

Agricultores portugueses bloqueiam Portugal!

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

Portugal bloqueado de Norte a Sul com os protesto dos agricultores que reivindicam condições mais justas e valorização do setor, numa altura em que há protestos semelhantes por toda a Europa.

Os agricultores portugueses arrancaram o primeiro dia de fevereiro em protesto e estão a bloquear, com tratores e máquinas agrícolas, várias estradas por todo o país.

Os agricultores reivindicam condições mais justas e valorização do setor, numa altura em que há protestos semelhantes por toda a Europa. A iniciativa é organizada pelo Movimento Civil de Agricultores.

O protesto surge um dia depois de o Governo ter anunciado um pacote de mais de 400 milhões de euros, destinado a mitigar o impacto provocado pela seca e a reforçar o Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PEPAC), numa reversão dos cortes previstos.

Há muita “indignação” entre os agricultores, porém, tem corrido pacificamente nas vias bloqueadas.

Agricultores do Planalto Mirandês saíram à rua em Mogadouro, no distrito de Bragança, realizando uma marcha lenta com cerca de 50 tratores para reclamar melhores condições e mais apoios financeiros do Governo.

Os agricultores realizavam, pelas 9h45, uma marcha lenta que juntava cerca de meia centena de tratores pela vila de Mogadouro e exibiam cartazes onde se lia “O nosso fim é a vossa fome”, entre outras palavras de ordem.

Dário Mendes, produtor precário do concelho de Mogadouro, disse à Lusa que este é um protesto que tem por objetivo mostrar à sociedade civil o facto de setor agrícola estar ao abandono, e o pagamento das ajudas “chega tarde e a más horas”.

“O não pagar os subsídios à hora certa e estão previstos cortes de 35% nos apoios a produção em proteção integrada. Assim é impossível trabalhar, porque as candidaturas foram feitas dentro da lei obedecendo às diretivas do Governo, e nada disto pode acontecer”, indicou o agricultor.

Já Nuno Rodrigues, um agricultor de Miranda do Douro que também se juntou ao protesto, afirmou que os agricultores unidos são mais fortes para reivindicar os seus direitos e apoios às suas produções.

“Os agricultores não são de Mogadouro ou de Miranda, e quanto mais unidos [estivermos] mas poder reivindicativo teremos. O aumento dos fatores de produção são outra das grandes preocupações”, sublinhou.

Hélder Rodrigues, apicultor no Planalto Mirandês, disse que teve grandes prejuízos no seu setor e o Governo nunca quis saber do setor.

“O Governo não pode alterar a lei dos apoios aos pequenos agricultores e da produção integrada ou biológica sempre que dá vontade. Tem de haver mais avaliação e estudos nesta matéria”, alertou.

Segundo um comunicado divulgado na quarta-feira, os agricultores reclamam o direito à alimentação adequada, condições justas e a valorização da atividade.

O movimento, que se apresenta como espontâneo e apartidário, garantiu que os agricultores portugueses estão preparados para “se defenderem do ataque permanente à sustentabilidade, à soberania alimentar e à vida rural”.

Ponte da Chamusca cortada ao trânsito devido a protestos em Santarém

Várias estradas nos distritos da Guarda, Portalegre, Beja e Santarém, incluindo a ponte da Chamusca, estavam às 9h30 cortadas ao trânsito devido ao protesto dos agricultores, disse à Lusa fonte da Guarda Nacional Republicana (GNR).

Quinhentos veículos agrícolas bloqueiam A25 no concelho de Almeida

Centenas de agricultores da região Centro estão a bloquear desde a madrugada de hoje a A25 na zona de Alto de Leomil, concelho de Almeida, a cerca de 13 quilómetros da fronteira de Vilar Formoso, e dizem estar dispostos a manter o bloqueio até perceberem uma mudança no setor.
Por LUSA

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