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A menina israelense-americana de 4 anos refém do Hamas foi libertada no domingo

Abigail Mor Edan viu os pais serem mortos

 |  Alexandra Ferreira  |  ,

A menina israelo-americana, que fez 4 anos em cativeiro, foi mantida refém pelo Hamas durante 51 dias. Agora, está livre e com a família dos pais que foram assassinados durante o ataque do Hamas ao Kibbutz Kfar Aza, no sul de Israel.

Abigail Mor Edan, a mais jovem cidadã americana refém do Hamas, estava entre o grupo de reféns libertados de volta a Israel, domingo, confirmou o presidente Biden e os militares israelenses.

Abigail, cujos pais foram mortos nos ataques do Hamas contra Israel a 7 de outubro, fez 4 anos na semana passada, ainda no cativeiro de Gaza.

A criança foi sequestrada e levada para o enclave palestino durante o horrível ataque do grupo terrorista ao Kibbutz Kfar Aza, no sul de Israel.

Abigail estava ao colo do pai quando ele foi assassinado a tiros. Os irmãos de Abigail ficaram escondidos num armário e não foram nem raptados nem feridos.

Abigail e os irmãos, de 10 e 6 anos, com o pai e a mãe que foram mortos pelo Hamas

O presidente Biden estava satisfeito pela libertação de Abigail e, num momento televisivo improvisado, aproveitou para contar a história desta criança raptada ainda com 3 anos de idade.

“Agora ela está livre e está em Israel”, disse Biden, acrescentando que Abigail “passou por um trauma terrível”.

“A mãe dela foi morta à frente dela quando o kibutz foi atacado por terroristas do Hamas a 7 de outubro”, contou Joe Biden. “Abigail correu para o pai dela, que foi baleado enquanto usava o próprio corpo para proteger a sua pequena filha”.

Mesmo assim Abigail com apenas 3 anos não desistiu de fugir à morte.

“Quando o pai foi morto ela então desatou a correr para a casa de um vizinho a pedir ajuda, onde todos foram feitos reféns, toda aquela casa de vizinhos foi feita refém pelo Hamas e mantida por 51 dias”, afirmou o presidente, concluindo: “O que esta criança suportou foi impensável.”

Biden disse estar “esperançoso de que outros reféns americanos sejam libertados nos próximos dias” e promete continuar. 

“Não vamos parar de trabalhar até que todos os reféns sejam devolvidos aos seus entes queridos”, disse o presidente americano.

O presidente disse não saber em que condições Edan se encontrava nem ter visto fotos da menina desde a sua libertação, depois de ela ter passado 51 dias nas mãos de terroristas do Hamas. 

“Hoje ela está livre e Jill e eu, juntamente com tantos americanos, estamos a rezar para que fique bem”, disse Biden. 

Joe Biden observou que Abigail ia precisar de muito apoio psicológico depois de passar por esse ‘trauma terrível’, reconhecendo aqueles que ‘agora estão envolvendo Abigail com amor e carinho’. 

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Abigail Mor Edan, uma menina israel-americana, de 4 anos, sequestrada pelo Hamas durante o ataque de 7 de outubro a Israel, foi libertada no domingo. Foto: DR/FAMÍLIA NAFTALI

 

Nos braços da tia, do tio e dos avós…

A tia-avó de Abigail, Liz Hirsh Naftali, e a prima, Noa Naftali, disseram em comunicado no domingo que esperaram e rezaram “para que o dia de hoje chegasse. Não há palavras para expressar o nosso alívio e gratidão por Abigail estar segura e de regresso a casa”.

Agradeceram ao presidente Biden e ao governo do Catar, acrescentando que “a libertação de hoje prova que é possível. Podemos trazer todos os reféns de volta para casa.”

 

Liz Hirsh Naftali e Noa Naftali disseram ao CBS Mornings que a criança foi capturada com vizinhos do  kibutz Kfar Aza, onde morava com os pais e dois irmãos mais velhos. Os irmãos, de 6 e 10 anos, sobreviveram ao ataque trancando-se dentro de um armário durante 14 horas, disse Noa Natfali.

“No início pensamos que Abigail tinha morrido, mas depois descobrimos que estava viva porque o pai conseguiu protegê-la das balas com o seu próprio corpo”, disse Noa Naftali.

A prima Noa contou que a menina “saiu debaixo do pai e foi até os vizinhos, que a acolheram, e depois também foram feitos reféns – uma mãe, uma criança de 10 anos, uma criança de 8 anos e uma criança de 4 anos que vai para pré-escola com Abigail.”

Liz Hirsh Naftali disse que a família soube vários dias depois que uma testemunha viu a vizinha sendo levada para fora do kibutz com seus três filhos e Abigail durante o ataque do Hamas. “Desde aí não descobrimos mais nenhuma informação”, disse.

Noa Naftali disse ao CBS Mornings que Abigail e os irmãos vão agora viver com a tia, o tio e os avós, com quem os irmãos já estavam hospedados. Ela garantiu que a família é capaz de dar aos ‘novos’ filhos “o amor e o apoio de que precisam depois de perderem os verdadeiros pais”.

“Abigail era a rainha da casa”, disse Liz Hirsh Naftali sobre a menina. “Sabemos que com o regresso dela, a sua irmã, de 6 anos, e o irmão, de 10, vão começar a recompor-se pois ainda estão muito chocados com tudo o que testemunharam e aconteceu no dia 7 de outubro”, disse.

 

“Temos esperança que Abigail seja a única peça que lhes falta para lhes dar força suficiente para encerrarem este mau capítulo e seguirem em frente na vida”, rematou.

Terceira troca de reféns já foi, espera-se agora uma quarta troca…

Foi a terceira leva de reféns libertados e dependiam de um acordo com Israel que teria de libertar de pelo menos 50 mulheres e crianças mantidas em cativeiro em Gaza, bem como cerca de 150 mulheres e adolescentes palestinos presos em Israel.

Os termos também incluíam um acordo de cessar-fogo temporário que permitiria a entrada de ajuda humanitária em Gaza e o regresso dos palestinianos deslocados às suas casas na devastada parte norte do território.

A pausa nos combates foi acordada para durar quatro dias – sendo domingo o terceiro dia – embora Israel tenha dito que estaria disposto a prolongar o cessar-fogo um dia por cada 10 reféns adicionais libertados pelo Hamas.

Joe Biden atribuiu à libertação de Edan “muito trabalho árduo e semanas de envolvimento pessoal meu e da minha equipa”, enquanto mantinham contacto estreito com os líderes de Israel, Egipto e Qatar. 

O presidente agradeceu especialmente ao emir do Catar, Sheikh Tamim bin Hamad al-Thani, por manter a libertação dos reféns no caminho certo, depois de enfrentar um soluço no sábado.

“Há semanas que defendo uma pausa nos combates com dois propósitos – aumentar a assistência aos civis de Gaza que precisam de ajuda e facilitar a libertação de reféns”, disse Biden. 

“Sabemos que as crianças inocentes em Gaza também estão a sofrer muito, porque esta guerra que o Hamas desencadeou tem tais consequências”, acrescentou Biden.

Mais tarde,disse aos repórteres que apoiaria a permanência da pausa “enquanto os prisioneiros continuassem a ser libertados”. 

“Esse é o meu objetivo. Esse é o nosso objetivo, manter esta pausa além de amanhã, para que possamos continuar a ver mais reféns saindo e oferecer mais ajuda humanitária aos necessitados em Gaza”, disse Biden.

“Esta é a abordagem diária, o processo hora a hora, nada está garantido e nada é dado como garantido”, continuou o presidente. “Mas a prova de que está a funcionar e que vale a pena continuarmos está em cada sorriso e cada lágrima de gratidão que vemos nos rostos das famílias que finalmente estão a reunir-se de novo.” 

O presidente americano ainda pediu desculpas ao grupo de repórteres pelo evento organizado às pressas e sem aviso prévio.

“Não queria dar esta conferência de imprensa se os reféns não estivessem fisicamente em Israel – mesmo quando estavam na ambulância da Cruz Vermelha – não queria fazê-lo porque eles ainda estavam em Gaza.”

Joe Biden já deixou Nantucket no domingo à tarde e regressou a Washington depois de passar o Dia de Ação de Graças na ilha – uma tradição da família Biden que remonta a 1975 – com a primeira-dama Jill Biden, os filhos Hunter e Ashley e os netos Naomi, Finnegan, Maisy, o pequeno Hunter , Natalie e o bebê Beau. 

Seis das crianças libertadas domingo são orfãs

Seis das nove crianças libertadas no domingo são órfãs e os pais foram brutalmente assassinados pelo Hamas no fatídico dia 7 de Outubro.

Para alguns, a angustiante descoberta do destino dos pais pode ser extremamente traumatizante já que passarm 51 dias sem nada saberem da família. Destes seis filhos, alguns perderam o pai, alguns perderam a mãe e alguns perderam ambos.

Crianças raptadas e levadas para casas e túneis por desconhecidos, sem condições nenhumas para se manterem saudáveis, fisíca e psicologicamente, poderão vir a ter graves distúrbios psicológicos, traumas difíceis de ultrapassar ou mesmo lidar. É que as imagens do que viram não se apagam assim tão facilmente das suas memórias.

 

 

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