“A verdade e a mentira”

Atrevia-me a dizer, literariamente, que a verdade e a mentira são gémeas de óvulos diferentes. 

De forma simples, a verdade é a leitura real dos factos, o que verdadeiramente aconteceu, ou o que realmente se pensa ou sente,  e não o que se pretende fazer crer; é o que é, ou o que foi, e não outra coisa diferente.    

A mentira é a versão falsa, a descrição errada dos mesmos factos, intencional ou fortuita, mas que, em ambos os casos, deturpa ou esconde a sua verdade.   

A verdade e a mentira sempre foram parceiras na história da vida humana, sendo curioso que todos nós, em alguma ocasião, as usámos. 

Parece que dizer a verdade custa mais, do que em seu lugar fazer passar a mentira, mas nem sempre isso se faz com má intenção, e até, pelo contrário, uma boa intenção pode estar na base da troca. Parece estranho, mas é. 

Entre os bons costumes, ou as regras que as sociedades consideram ou elegem como correctas, dizer a verdade é ponto de honra, e faltar a ela sem justificada razão de ser, exactamente o contrário. 

Sucede, porém, que para fazer a tal leitura correcta dos factos, em busca da verdade dos mesmos, é necessário que quem o faça, se dispa das suas convicções pessoais, sem o que, aquilo a que chegar, poderá apenas ser a sua verdade. 

Quanto à mentira, essa, será sempre a versão que for passada, se não houver como confirmar a sua veracidade. E cada um que a conta, poderá até, acrescentar-lhe o seu retoque… 

Como percorri muitos anos, passei também por muitas épocas, e materialmente por formas diferentes de encarar, usar ou enfrentar a verdade e a mentira, mas nunca como hoje, bem vos digo, que quando leio, ouço ou vejo, me ocorre de forma tão persistente até perturbadora, a comezinha mas válida pergunta:  Será Verdade ?  

Será assim, ou será da velhice?  

Posso também perguntar… 

O meu pensamento sobre o assunto: 

 “A adaptação às circunstâncias é difícil, mas é sempre a melhor solução! ”  

FF92