Se há coisa que o Ser Humano sempre procurou saber, foi como seria o seu futuro, quanto tempo viveria, e o que lhe iria acontecer.
Desde que existe como bicho pensante, procurou essa resposta de várias maneiras: através dos astros e da sua posição na data, hora e local do seu nascimento, ou, de forma mais simples, nas linhas da palma das suas mãos.
Desde as Pitonissas gregas inspiradas por Apolo, até aos astrólogos dos nossos dias, quantas perguntas e
respostas foram feitas e recebidas, para tentar desfazer essa curiosidade que nasceu com o Homem e que com ele vai perdurar; incontáveis certamente.
Ao falar das Pitonisas, aproveito para tirar o meu chapéu à velha Grécia, de quem recebemos conceitos,
ainda hoje seguidos, de como viver em sociedade, para além de profundas e eternas verdades filosóficas.
Nos tempos de hoje, e na procura de resposta para as tais perguntas que dizem respeito à Vida, a palavra Sina já não é a dominante, como era outrora, já que muito mais se consulta o signo para conhecer virtudes e defeitos comuns, e se fala do Karma que cada um afinal tem.
Quanto ao Karma, que provem da lendária Índia, há desde logo que esclarecer, que Karma não significa
destino, mas sim o tropismo pessoal, a tendência, que conduz cada um de nós, à escolha dum caminho e não outro, duma acção e não doutra, balizando desse modo a nossa vida.
Assim o entendo pelo menos.
No meu tempo, anos 50, ler-se a Sina, nas tais linhas da palma da mão, era gesto quase obrigatório, por graça ou por convicção, tal como era na mesma altura, trautear- se pelas ruas de Lisboa o fado da Sina, da saudosa fadista Hermínia Silva.
A leitura da Sina era feita nas duas mãos, dizem que, curiosamente, de forma diferente para os homens e
para as mulheres: mas é na mão dominante, naquela que cada um usa para escrever, é que se supõe estar a parte mais importante da vida. Não era então difícil encontrar uma quiromante, que disso fazia o seu ofício.
Uma vez a mão estendida e observada, lá vinham a duração provável da vida, o amor e os seus percalços, o dinheiro ou a falta dele, a saúde ou a doença. Se o que diziam as suas mãos ou quem as lia, realmente
aconteceu, dirá o cálculo de probabilidades, que algumas vezes sim, e outras não; cada um saberá.
Quanto ao fado, que também para muitos alfacinhas é palavra que significa Destino, dizia o tal, o da Sina, e na sua letra taxativamente o repetia, que:
“Quer queiras quer não ….tens de cumprir a tua Sina!
Sendo assim…
Onde estás tu “Tia Hermínia”? Que saudades…
Aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“Há muitas palavras sobre o destino no dicionário da vida… mas poucas certezas!”