Ninguém é perfeito, como julgo que todos concordam. Sendo assim, poderá ser perfeito, o que é feito por alguém que não o é?
Esta pergunta, que assenta somente na lógica, parece ter resposta simples. Mas não creio que assim seja.
A perfeição determina-se segundo um conceito de avaliação, que classifica o seu grau, com base na qualidade, imaginação, beleza ou valia, adequação ao objectivo, acabamento, atração, utilidade, intuição e aceitação, entre outros critérios elegíveis.
A nota máxima dessa escala de aferição, que por raras vezes é atingida, é a excelência.
Sendo uma classificação de valor, está sujeita ao critério pessoal do julgador e, todos sabemos que o que é perfeito para uns, não o é para outros. Assim sendo a perfeição é relativa.
E não existe por tal, a perfeição absoluta, em obra humana.
A busca da perfeição naquilo que nós criamos, não é coisa que esteja enraizada em todos, mas há felizmente quem a tenha ou a cultive, por rotina, ou por razão de uma insatisfação interior, incontrolável, que faz maravilhas…
Quando falo de perfeição, não falo de beleza, embora na perfeição a beleza possa estar presente; isso porque, há muita coisa feia que é perfeita, e muita que sendo bela, apenas encobre imperfeições…
A perfeição que vai surgindo tem duas fontes: o talento próprio , que é nativo e intransmissível, e o treino intensivo , que coloca a busca da perfeição, como regra obrigatória, em tudo que fazemos. Para o conseguir é necessário desejo e teimosia, e outro tanto de brio, que é coisa que nem todos de facto temos.
A perfeição é lucrativa para quem a procura, e costuma também recompensar aqueles que a conseguem; e quando tal não acontece, sempre sobra para o autor da obra, a impagável satisfação interior da criação, ou, no mínimo para quem a fez, a tranquilidade ter dado tudo o que em si tinha …para tentar ser perfeito!
Desta forma, pode o imperfeito até criar, o que não sendo perfeito…o ultrapassa!
O desafio aqui fica…!
O meu pensamento sobre o tema:
“A perfeição é para quem a procura…”