Aquilo a que chamamos memória, é a informação que mantemos, e vamos acrescentando, em vários regiões do nosso Cortex Cerebral, informação a que podemos aceder e modificar, acrescentar ou rever, quando tal for preciso ou desejado.
Essa informação, que é de todo o género no decorrer duma vida, cria um portefólio de dimensão varável, e se é verdade que em muitos de nós enfraquece com a idade, noutros mantem-se viva, já que não é possível apagá-la por vontade própria, ainda que tal nos aprouvesse. É assim o espantoso cérebro humano, ponto central da nossa vida, com o qual tão poucas vezes nos preocupamos.
Usando uma linguagem actual, o Córtex Cerebral é o disco rígido da nossa memória, pronto a ser consultado, a pedido ou por auto sugestão, um disco de memória inteligente, que reúne a matéria requerida, mesmo quando gravada em épocas diferentes, completando em todos os pormenores o assunto em consulta , como se ontem tivesse acontecido ou sido registado. E às vezes, anos decorrem entre o acontecimento e a sua consulta a prazo.
Admirável cérebro humano, não me cansarei de o dizer.
Dependendo do dono, a resposta é mais ou menos rápida, como o é mais ou menos completa. Há mesmo alturas em que teima em não responder, como se o pedido estivesse em branco, ou apagado, mas não raro, com o necessário esforço, a resposta lá vem ao de cima… por isso, a essa situação se chama, ter uma branca!
0 que aqui e hoje vos queremos realçar é que na situação da tal branca, é mais comum não nos ocorrer o que de bom ou necessário procuramos, do que aquilo que não gostaríamos de recordar, por ser incómodo, doloroso, mau ou duvidoso, porque isso insiste em estar sempre presente, mesmo contra a nossa vontade.
Assim o quer, a tal memória, que nos impõe sempre a sua lei.
Já tinham notado isso?
O meu pensamento sobre o assunto:
“Entre o amargo e o doce a vida se faz…”
FF91