Não vou falar tão somente da Língua que me habituei a amar, e procurei conhecer nas evidências e nas subtilezas, mas da linguagem ela própria, eterna forma de entendimento entre os homens.
É ponto assente que uma Língua, só assim é considerada, se tiver a sua parte gráfica, se for, portanto, falada e escrita; doutra forma não o é. A linguagem gestual, que terá sido a primeira experiência de comunicação entre seres humanos, só subsiste porque o gesto é um grafismo eterno e simples, por todos facilmente entendido.
No decorrer do caminho, e perante o universo das línguas que se foram criando, tão diversas, houve quem sonhasse com uma língua planeada, para uso Universal, que fosse por todos entendida, e que contivesse palavras ou expressões das mais usadas línguas existentes.
A ideia foi dum oftalmologista Judeu, nascido na Polónia, de nome Ludoviko Zamenhof, que logo a criou e lhe deu nome: Esperanto.
A palavra resultou da junção de duas outras, latinas, que significavam no seu conjunto: aquele que tem esperança; cento e vinte países no mundo adoptaram o Esperanto como uma das suas línguas oficiais, mas depois do entusiasmo e da esperança iniciais, pouco o ouvimos falar ou escrever. E o Esperanto existe para quem o queira aprender e usar, desde 1887.
Tal sucedeu, porque, entretanto, mercê do valor cultural de dois países, as suas respectivas línguas, bem diferentes, se tornaram linguagem Diplomática Oficial, e língua Comercial dominante: o Francês e o Inglês. E nos nossos dias, e até ordem em contrário, parece claro que a língua inglesa, definitivamente se tornou o Idioma do Mundo.
Ainda sou do tempo em que o Curso Secundário tinha 5 anos de francês e apenas 2 de Inglês, mas hoje o Inglês já aparece, e a meu ver muito bem, no ensino primário. Ser gramaticalmente mais simples, e ter uma pronúncia descomplicada, foram talvez os ingredientes da sua preferência, não se preocupando em demasia os Britânicos, em olhar para a perfeição de quem a pronuncia sem os requintes de Oxford.
Por espantoso que pareça, e dada a densidade populacional da Índia e da China, há certamente mais pessoas a falar inglês, neste preciso momento, nesses mesmos dois países, do que nas velhas, mas por isso mesmo justamente orgulhosas, ilhas Britânicas.
Sem ilusões, nem pretensões sem sentido, a língua em que vos escrevo, e que Camões tao bem usava, é a quinta mais falada no mundo, o que não é nada mau…
Mas agora, com a espantosa revolução tecnológica que está em curso, parte do que aqui vos digo, vai mudar radicalmente, com a tradução simultânea, que permitirá mais dia menos dia, que duas pessoas conversem tranquilamente, em duas línguas diferentes, e se compreendam perfeitamente…
Há realidades que até parecem um sonho.
Se for para o Mundo se entender…eu aplaudo de pé, e entusiasticamente!
E aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“Quem fala quer ser ouvido; quem escuta nem sempre o quer …”