A maior mancha florestal do Mundo, a Amazónia, está situada maiormente, dentro das fronteiras que os colonizadores Lusíadas traçaram, para que no espaço se desenvolvesse, livre um dia, como justo era, um portentoso País; deram-lhe o nome de Brasil, que ao tempo se escrevia com Z.
À Amazónia chamam o pulmão do mundo e com toda a razão. A massa gigantesca de espécies vegetais, portentosas algumas e muitas únicas, atrai a água, fonte da vida. Debaixo desse verde húmido, se acoita uma fauna própria, também bela e singular.
Este ecossistema é alimentado por um Rio, o Amazonas, que resulta da junção de dois outros, de águas bem diferenciadas, cujos nomes são, o Negro, barrento, e o Solimões, de águas límpidas, aos quais acorrem mais de mil afluentes.
O Amazonas tem uma fauna marítima peculiar e única. O Rio percorre 6.509 Quilómetros, e é o segundo maior do mundo em comprimento sendo, no entanto, o primeiro em volume de água; desagua este incansável gigante num vasto Delta, no Oceano Atlântico. Tive a rara felicidade de poder ver a Amazónia e o seu Rio, pois conhecê-la é tarefa para uma vida.
Dentro da floresta Amazónica vivem ainda, por fortuna e por justiça, populações de origem, milenares talvez, que respiram o seu ar puro, comem os saborosos frutos, o mel, e que não se preocupando com a roupagem, conhecem na perfeição o segredo das plantas, e emitam como se aves fossem, o canto dos pássaros, alguns também sem igual no mundo; pescam e caçam com mestria, numa vida primitiva, mas suficiente para alimentar a limitada ambição a que o dia a dia os conduz.
Vão permitir que pense, que são a seu jeito, bem mais felizes do que nós. O Brasil preserva o seu direito a esse paraíso, numa luta meritória, mas difícil, contra a cobiça humana. Embora apoiados, preferem o segredo do suco das suas plantas e a água pura das nascentes, para tratarem das suas maleitas. Acreditam que a grande Floresta tem os seus espíritos, que dirigem e coordenam fauna e a flora, e por tal a Eles se submetem e recorrem. Quem de fora entra na floresta densa, onde o sol mal penetra, deve primeiro pedir-lhes, rezando, autorização para o fazer e lá permanecer.
Grande é, contudo, a tal cobiça pelo valor comercial dos troncos portentosos, de madeira sem igual, que a floresta pacientemente cria; a lei do País limita e controla o seu desbaste tanto quanto pode, e activas estão também nessa tarefa, organizações não governamentais, que ajudam na defesa desse precioso bem, regulador natural da humidade, que é necessária à vida vegetal e humana. Esse não é apenas um dever do Brasil, que tem como dono o maior peso, mas do Mundo inteiro.
Uma vez por ano as águas do Amazonas, desenvolvem uma onda natural, que transvasa as margens, sempre prevista e esperada, a que o povo chama a Pororoka, que por pouco não cheguei a ver em Belém do Pará.
Pois as notícias não são boas, O Rio Negro está perdendo água, afectando como há muitos anos não acontecia, o curso do Amazonas, a sua múltipla vida marinha e naturalmente as populações que dela vivem, e a espantosa flora desta preciosa maravilha da natureza.
O Planeta tem sempre a última palavra, indiferente como é, ao desejo do Homem.
Saberá dar a resposta.
E aqui fica o meu pensamento sobre o assunto:
“A vida simples, é sempre a mais saborosa … ”