A curta palavra “só”…

A curta palavra só, pode ter uma enorme dimensão quando significa solidão.

A companhia é algo que o ser humano procura desde o seu nascimento, o mesmo fazendo os outros animais, por necessidade de alimentação, de defesa, de aprendizagem, e duma carência de entender e ser entendido, ou de se apoiar e ser apoiado.

E contudo, o mesmo ser humano também gosta de estar só, quando esse só significa silêncio, concentração, pensamento, leitura, afastamento recuperador, inspiração pessoal, sentimento profundo, dor ou desilusão.

Há até animais que procuram a solidão, para com ela terminarem em paz a sua vida, como o faz o enorme, mas arguto, simpático e bamboleante elefante.

A solidão é estar só, sem ter escolha entre uma ou outra dimensão do só, que acima refiro; é sentir-se esquecido, desimportante, inútil, é parecer até estar a mais, uma peça sem uso no xadrez da vida.

Esta solidão é a maior parte das vezes um sentimento sem razão, uma inverdade, de que o solitário é o autor.

A companhia não se resume à presença de outro ser vivo ao nosso lado, e o vazio é um estado psicológico de quem não faz nada para estar acompanhado, sendo poucas vezes na verdade, um facto real irreversível.

Cada um de nós tem no filme da sua própria vida, matéria mais do que suficiente para não estar só.  Quantos momentos há para recordar e reviver, e até para viver  doutra maneira;, e quantos erros haverá para emendar com soluções que não usámos e quantos prazeres que se podem ainda agora fruir, e agora  sem a pressa do momento; e de  quantas coisas não demos conta e que afinal  lá estão no filme; e como foi possível  não as termos visto?

Há pano para mangas… e que mangas, acreditem; dá  para todos os dias.

O meu pensamento sobre o assunto:

 “ Quando o Só é grande, o Sol é 

   pequeno…!”